Atendendo a determinação de Brasília, a Polícia Federal (PF) iniciou ontem a operação de extradição do major uruguaio Manuel Juan Cordeiro Piacentini. Ele será enviado para a Argentina, a pedido da Justiça do país vizinho, para ser julgado por crimes de violação dos direitos humanos no período da ditadura. Porém, a operação não pôde ser concluída porque o militar da reserva alegou problemas de saúde e foi enviado para um hospital em Santana do Livramento, cidade gaúcha onde ele está detido em regime de prisão domiciliar.

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Segundo informações da PF, Cordeiro, como é mais conhecido o acusado, está sob custódia policial. A operação de extradição poderá ter continuidade hoje, se houver autorização médica. Na sexta-feira, o advogado de Cordeiro havia ajuizado no STF um pedido de suspensão da extradição, sob a alegação de que ele é beneficiário da Lei da Anistia em vigor no Brasil. O pedido ainda não foi analisado pelo presidente da Corte, Gilmar Mendes. No ano passado o advogado já havia tentado outro recurso contra a extradição, negado pelo Supremo.

Cordeiro é acusado de participação na Condor, operação secreta que, na década de 70, uniu as polícias políticas de seis países da América do Sul que viviam sob ditadura – Chile, Argentina, Uruguai, Paraguai, Bolívia e Brasil. A operação permitia perseguir e capturar opositores dos regimes além das fronteiras de cada país.

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