Acusada de lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e por operar instituição financeira sem autorização, a empresária Teresa Murad, nora do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), foi indiciada ontem pela Polícia Federal (PF) no inquérito da Operação Boi Barrica. Mulher do empresário Fernando Sarney, filho do senador e responsável pelos negócios da família no Maranhão, Teresa figura ao lado do marido e da filha, Ana Clara, como sócia das empresas do grupo, investigadas por suspeita de transações financeiras ilegais no Estado.
No dia anterior, Fernando já havia sido indiciado pelos mesmos crimes e mais formação de quadrilha e direção de instituição financeira irregular. O depoimento da empresária, na Superintendência da PF do Maranhão, em São Luís, durou mais de duas horas e seu teor não foi divulgado, mas Teresa teria entrado em contradição em vários momentos, levando o delegado Márcio Anselmo a fazer o indiciamento.
Além de Teresa, foi indiciada ontem Luiza de Jesus Campos, gerente da instituição financeira São Luís Factoring e Fomento Mercantil, empresa da família Sarney suspeita de ser pivô das irregularidades. O jornal O Estado de S. Paulo tentou ouvir Tereza Murad, depois de seu depoimento na sede da Superintendência da PF na capital maranhense, mas ela não quis se manifestar.
A investigação foi desencadeada a partir de um saque de R$ 2 milhões em espécie que Fernando realizou em 2006. Interceptações telefônicas com autorização judicial e documentos apreendidos pela polícia mostram que o dinheiro seria para financiamento da campanha de Roseana Sarney, irmã de Fernando, ao governo estadual. Os dois negam as acusações. Por enquanto, segundo a PF, a governadora ainda não figura no rol de investigados, que já somam 13 pessoas.