“Prisões de outras pessoas envolvidas em operações irregulares de remessa de recursos ao exterior por meio de contas CC5 podem ser decretadas muito em breve. Centenas de inquéritos estão sendo investigados.”
A informação é do superintendente da Polícia Federal do Estado do Paraná, Jaber Makul Hanna Saadi, que ontem, em Curitiba, falou à imprensa sobre a prisão, ocorrida na última terça-feira em Curitiba, do ex-presidente do Banestado, Aldo de Almeida Junior, e dos ex-diretores do banco José Luiz Boldrini e Benedito Barbosa Neto. Luiz Acosta e Carlos Donizeti Spricido foram presos em Foz. Até o final da tarde de ontem, o ex-diretor de Câmbio, Alaor Alvim Pereira, não havia sido encontrado ainda pelos policiais e é considerado foragido da Justiça.
As prisões foram feitas em Curitiba, em Foz do Iguaçu e em outros municípios do Paraná, após investigações que tiveram início entre os anos de 1997 e 1998. Segundo o superintendente, as prisões podem contribuir para o ressarcimento de parte dos cerca de US$ 1,9 bilhão enviados ilegalmente ao exterior. “Ficará a cargo da Justiça Federal o seqüestro dos bens dos envolvidos nos casos de remessas irregulares de dinheiro ao exterior”, comentou. “Investigações referentes à participação das pessoas detidas irão se prolongar através de inquéritos federais. As prisões foram realizadas sem resistência.”
Os ex-funcionários do Banestado estão recolhidos na Polícia Federal em Curitiba e Foz do Iguaçu. Eles são acusados pelo Ministério Público Federal de serem os responsáveis pela remessa de cerca de US$ 1,9 bilhão ao exterior, e teriam como base das operações a agência do Banestado em Foz do Iguaçu. Podem ser responsabilizados por crime contra o sistema financeiro e formação de quadrilha.
Outro envolvido com as operações, o ex-diretor de Câmbio e Operações Internacionais do Banestado entre novembro de 1997 e janeiro de 1999, Gabriel Nunes Pires Neto, está preso desde novembro do ano passado, sendo acusado em diversas ações penais. O Banestado foi vendido ao Itaú em 2000.
