O vice-governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB), fez elogios nesta quinta-feira à empreiteira Delta e afirmou não haver problemas em contratos da empresa com o governo fluminense. A Casa Civil do RJ anunciou na quarta-feira uma auditoria em todos os contratos da Delta. Pezão esteve em Brasília na Câmara dos Deputados para debater a renegociação da dívida dos Estados.

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Pezão disse não ter sido apenas a Delta que tem recebido mais recursos do governo do Rio de Janeiro. Ele relatou que o Estado aumentou seus investimentos e todas as principais empreiteiras foram beneficiadas. Para o vice-governador, o crescimento da Delta deve-se a sua capacidade profissional. “A Delta é uma beneficiada disso. A Delta é uma empresa muito agressiva, pratica preços menores, tem uma estrutura menor e é uma empresa agressiva, por isso ela tem mais contratos”.

Ele afirmou não haver problemas nos contratos com a Delta. “Os contratos obedeceram a todos os editais. Na lei de emergência, a gente caracterizou muito bem. Era uma empresa que tinha muitos contratos em volta daquela tragédia, contratos com o governo federal. Então era a empresa que tinha mais facilidade para nós acessarmos as máquinas, pedirmos as máquinas. Sobre a quantidade, o valor que ela tem de contratos com o Estado, todas as empresas cresceram sua participação. O Estado aumentou cinco vezes o investimento, então não tem problema nenhum.”

A Delta é de propriedade de Fernando Cavendish, amigo pessoal do governador Sérgio Cabral (PMDB), e tem sido envolvida no escândalo que levou à prisão do empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Pezão disse também ser amigo de Cavendish, mas minimizou a relação pessoal como fator de obtenção de contratos pelo empreiteiro. Disse ainda não haver temor do governo fluminense com a instalação da CPI do Cachoeira. “Por ser amigo, eu sou amigo de todos, fui secretário de obras. Então eu não vejo problema nenhum na CPI.”

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O vice-governador minimizou ainda o vazamento de uma conversa na qual Cavendish estipulava preços para “comprar” políticos. “As pessoas falam o que querem, fazem suas bravatas, mas temos que ver qual o contexto em que foi falada. Às vezes, você pinçar uma frase deixa exposta uma situação que não é a verdadeira.”