A Petrobras proibiu seus empregados de se reunirem com políticos sem a presença de ao menos outro funcionário da empresa. A exigência, prevista no código interno de conduta, vale para qualquer representante do poder público, ainda que o encontro seja com um senador, deputado federal ou governador, entre outros. Apenas um gerente executivo, cargo logo abaixo da diretoria, pode autorizar o contrário. Mesmo assim, precisará de bons argumentos.

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As regras fazem parte do código de conduta da empresa. Ele foi criado para evitar novos episódios de corrupção, como os apurados na Operação Lava Jato, da Polícia Federal e do Ministério Público Federal.

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Além de exigir que ao menos dois funcionários participem dos encontros com políticos, a Petrobras determina que essas reuniões sejam documentadas. O objetivo é possibilitar que, se necessário, esses encontros sejam rastreados.

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Ao todo, a petrolífera enumerou sete procedimentos que devem ser adotados pelos seus empregados nas relações com o poder público. Quatro deles dizem respeito a agentes que fiscalizam sua atividade, e os outros três, ao contato com políticos.

O documento foi aprovado pelo conselho de administração da empresa em dezembro de 2016. A aprovação ocorreu pouco mais de um ano após o ex-diretor Paulo Roberto Costa, em delação premiada, revelar os primeiros detalhes do esquema de corrupção na estatal.

Na terça-feira, 20, a empresa registrou o código de conduta na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a xerife do mercado financeiro. Assim, cumpriu mais uma das exigências de aprovação no nível 2 da Bolsa de Valores, a Bovespa. As regras reunidas no documento foram definidas no primeiro ano da gestão do presidente da estatal, Pedro Parente. Fazem parte do projeto de superação da crise financeira e de recuperação da imagem da estatal.

“A interação com agentes políticos (quais sejam, governadores, prefeitos e respectivos vices, senadores, deputados federais e estaduais e vereadores) deve ser realizada na presença de, no mínimo, dois representantes da companhia, salvo autorização prévia e fundamentada de superior hierárquico, que deverá ser no mínimo o respectivo gerente executivo ou equivalente”, diz o código.

O texto determina ainda que os funcionários não ocultem, alterem ou destruam “documentos, informações ou registros da companhia que estejam sob investigação oficial”. E pede aos empregados que não tenham “expectativa de privacidade” ao usarem os equipamentos da empresa.

Escândalo

O esquema de corrupção revelado na Operação Lava Jato envolveu funcionários, políticos e empresários, com a intermediação de operadores externos. Obras bilionárias, como a do Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro (Comperj), foram superfaturadas para cobrir o pagamento de propinas e permitir o desvio de dinheiro público.

Partidos, como PT, PMDB e PP, indicaram diretores que acabaram envolvidos no escândalo. Quatro ex-diretores da estatal chegaram a ser presos. Dois deles, Jorge Zelada, da área Internacional, e Renato Duque, de Serviços, continuam detidos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.