As intervenções iniciais feitas na etapa estadual do 5º Congresso do PT, que ocorre neste final de semana em São Paulo, se centraram em insatisfações dos militantes com o chamado “plano Levy” – referência ao pacote de ajuste fiscal promovido pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy.
Foram ouvidos coros de “Ei, Levy, pede pra sair e leva com você o FMI (Fundo Monetário Internacional)” e reclamações do corte de R$ 70 bilhões no orçamento anunciado ontem pelo governo federal. “Hoje vemos nos jornais estampado que tiramos dinheiro da Saúde e da Educação”, disse um militante.
O vereador Alexandre Pimentel, do PT de Carapicuíba, na grande São Paulo, disse ser lamentável que o governo Dilma não tenha discutido o corte e as MPs de ajuste com as bancadas petistas no Congresso e com os dirigentes partidários da maneira adequada. “Queremos dizer não ao plano Levy, às MPs 664 e 665. É fundamental que esse congresso (do PT) sirva para ampliarmos o diálogo”, disse o vereador.
Na sequência, teve início a plenária com o assessor especial da Presidência Marco Aurélio Garcia, um dos fundadores do PT. Ele discursou sobre o legado do PT, que deve ser defendido, e fez uma reflexão sobre o cenário atual. Marco Aurélio alertou para a economia brasileira estar cada vez mais “dominada pelos setores financeiros”. Também participam da mesa o dirigente do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Gilmar Mauro, o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) em São Paulo, Adi dos Santos, e Selma Rocha, diretora da escola nacional de formação do PT.