Petistas avaliam eleições

Quase um mês depois do segundo turno, realizado em 31 de outubro, o PT de Curitiba se reúne hoje para fazer um balanço do seu desempenho nas eleições majoritária (prefeitura) e proporcional (Câmara Municipal). É a primeira reunião oficial do diretório, após a derrota do deputado estadual Ângelo Vanhoni (PT) para o prefeito eleito Beto Richa (PSDB).

O saldo das eleições divide o partido. Algumas correntes, que foram contrárias ao leque de alianças feitas pelo PT, concluíram que o resultado ficou abaixo da expectativa e vão apresentar um documento expondo suas críticas e apontando o que consideram como os principais erros da campanha eleitoral.

Para este grupo, a aliança com o PTB é tida como fator de distanciamento da militância da campanha. E a ausência da militância é vista pelo grupo como um dos motivos da derrota. Outra das críticas diz respeito ao espaço conquistado pelo partido na Câmara Municipal, que teve sua bancada reduzida pela metade. Dos seis vereadores atuais, o número de cadeiras foi reduzido para três.

Saldo positivo

Mas o presidente do diretório municipal do partido, Roberto Salomão, tem uma visão mais otimista do processo eleitoral. Segundo Salomão, não é adequado e nem possível considerar como fracasso o desempenho de um partido que obteve 45,22% dos votos no segundo turno da eleição e que contabilizou o maior número de votos entre os partidos na eleição para a Câmara. Foram 132 mil votos dados aos candidatos a vereador e à legenda. Outros 25 candidatos obtiveram mais de mil votos e um grupo de seis pretendente à Câmara ficaram a 350 votos da eleição.

"O PT está no mapa da cidade e definitivamente no cenário político de Curitiba", disse Salomão. Ele reconhece que o resultado da eleição para a Câmara Municipal não foi bom, mas justifica que foi o preço pago pelas alianças que sustentaram a candidatura majoritária. "Se estivéssemos sozinhos, com o número de votos que fizemos, teríamos eleito seis vereadores. É um preço meio alto, mas eu estou convicto de que as alianças tinham que ser feitas. O que houve foi um problema de encaminhamento, mas fizemos o certo ao firmar as alianças", disse o dirigente petista.

Salomão afirmou ainda que houve falhas internas, mas que não é possível deixar de considerar que os adversários foram bem sucedidos em suas estratégias. "Eles conseguiram apresentar o Beto Richa como um candidato independente. E o prefeito Cassio Taniguchi colaborou ao aparecer várias vezes dizendo que o Beto não era o seu candidato. Além disso, eles lançaram um candidato (vereador Osmar Bertoldi) que carregou toda a rejeição da prefeitura", comentou.

Ele citou ainda um outro fator que ele considera definitivo no resultado do segundo turno: a posição do presidente estadual do PPS, Rubens Bueno, que optou pela neutralidade, mas fez várias críticas ao PT. "O efeito Rubens Bueno não pode ser minimizado. Uma boa parte do eleitorado dele já ia para o Beto Richa. Mas a postura pessoal do Rubens significou um apoio ao candidato tucano. A forma como ele se conduziu não foi uma sinalização, mas uma clara demonstração de apoio ao Beto Richa", avaliou.

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