O deputado Marcus Pestana (MG) afirmou nesta terça-feira, 22, que, se o presidente Michel Temer demitir um dos quatro ministros do PSDB, todos os outros sairão do governo logo em seguida. Pestana admitiu que uma eventual saída dos ministros tucano “certamente” afetará os votos que o partido dará na votação da reforma da Previdência.

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“Os quatro ministros vão agir conjuntamente. Se mexer com um, saem todos. Senão dá margem para leitura desrespeitosa de que é fisiologismo. Se um ministro sai e o outro fica, parece que estamos no governo só por fisiologismo e não por convicção”, disse à reportagem Pestana, aliado do senador Aécio Neves (MG), presidente licenciado da sigla.

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O PSDB comanda hoje os Ministérios das Cidades, Relações Exteriores, Secretaria de Governo e Direitos Humanos. Com as críticas do partido ao governo, cujo ápice foi o programa partidário veiculado na última quinta-feira, 17, outros partidos da base aliada passaram a cobrar do Palácio do Planalto a demissão dos ministros e redistribuição dos cargos.

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“(Uma eventual saída dos ministros) certamente afeta a reforma da Previdência”, afirmou Pestana. O parlamentar mineiro ponderou que a reforma já está “problematizada” por outros aspectos relacionados ao texto, o que pode piorar por problemas políticos.

Um dos primeiros tucanos a cobrar publicamente a saída do senador Tasso Jereissati (CE) da presidência interina do PSDB, Pestana voltou a pedir que o parlamentar cearense deixe o cargo. “Ele gera um constrangimento semanal para nossos ministros”, declarou o deputado mineiro.

Substituto

Pestana afirmou que, em reunião na noite dessa segunda-feira, tucanos da ala governista decidiram formar uma comissão de deputados para conversar com lideranças tucanas no Congresso sobre a saída de Tasso. Em outra frente, o governador de Goiás, Marconi Perillo, conversará com outros governadores sobre o assunto.

De acordo com Pestana, a ala governista do PSDB não defenderá nomes específicos de outros vice-presidentes do partido para substituir Tasso na interinidade. “Queremos alguém que permita a construção real da unidade do partido”, disse. Ele não descartou até mesmo a saída de um dos ministros da sigla do governo para assumir o comando da legenda.

O PSDB tem hoje oito vice-presidentes. São eles, além de Tasso: o senador Flexa Ribeiro (PA), os deputado Giuseppe Vecci (GO), Carlos Sampaio (SP) e Mariana Carvalho (RO), o ex-governador de São Paulo Alberto Goldman, e os ministros Aloysio Nunes (Relações Exteriores) e Bruno Araújo (Cidades).