Foto: Theo Marques/SECS
Pessuti abdica agora para dar tempo da atual legislatura decidir sobre o próximo indicado.

O vice-governador reeleito Orlando Pessuti (PMDB) renunciou ontem à indicação ao cargo de conselheiro do Tribunal de Contas, aprovada em março deste ano, optando pelo exercício de um segundo mandato no Palácio Iguaçu. O presidente da Assembléia Legislativa, Hermas Brandão (PSDB), está sendo apontado como o virtual herdeiro da vaga. Brandão confirmou que irá apresentar sua candidatura na próxima segunda-feira, dia 11. As inscrições estão abertas a partir de hoje. São cinco dias corridos de prazo para que os interessados formalizem suas candidaturas.

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A previsão de Brandão é que a nova eleição seja realizada no dia 18 ou 19 de dezembro. O ofício de Pessuti comunicando sua decisão foi lido em plenário e, em seguida, Brandão pediu aos partidos com maior representação em plenário, o PMDB, PT, PSDB, PFL e PDT, que indiquem os deputados que vão compor a comissão especial que ficará encarregada de analisar as candidaturas, antes de submeter os nomes à votação em plenário. A Comissão terá dois dias para apresentar seu parecer.

Em entrevista a O Estado, o vice-governador explicou que decidiu abdicar formalmente da vaga agora para dar tempo à atual legislatura decidir sobre o próximo indicado. A Assembléia Legislativa deve encerrar as sessões no próximo dia 20. ?Como foi esse grupo que me escolheu, achei que não poderia tirar deles o direito de indicar outra pessoa?, justificou.

A decisão de Pessuti é o ponto final de um processo que vem se arrastando desde o início do ano. O vice-governador teve seu nome aprovado pela Assembléia Legislativa, mas não foi nomeado. O governador Roberto Requião (PMDB) preferiu mantê-lo na reserva, caso precisasse de Pessuti para completar sua chapa à reeleição. E foi o que ocorreu quando a aliança com o PSDB foi invalidada pela direção nacional e Hermas Brandão teve que abandonar a candidatura a vice-governador na chapa de Requião. Pessuti entrou no lugar do tucano, que agora, ao que tudo indica, ficará com sua vaga no Tribunal de Contas.

A caminho

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Apesar de um salário próximo a R$ 21 mil e do caráter vitalício do cargo, o deputado tucano disse que sua preferência é continuar como serventuário da Justiça. Ele está aguardando uma resposta do Tribunal de Justiça ao pedido de remoção do seu cartório de Andirá, no interior do Estado, para Curitiba. Brandão disse que irá aguardar até o final do ano por essa resposta.

Sua indicação para o Tribunal de Contas é apresentada como uma unanimidade em plenário. O PMDB já decidiu que os votos da bancada são de Brandão e, aparentemente, outros partidos devem seguir o mesmo caminho. Após três mandatos como presidente da Assembléia Legislativa, o deputado tucano tem boas relações no governo e na oposição.

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Em plenário, dificilmente, surgirá um concorrente para Brandão. Mas como todo cidadão tem direito de postular a vaga, podem surgir inscrições externas. Na eleição de março, foram vinte e cinco candidatos. Apenas três eram deputados. Pessuti fez 28 votos e o deputado Durval Amaral (PFL) somou quinze votos. Em terceiro lugar ficou a procuradora da Universidade Federal do Paraná, Dora Lúcia de Lima, que somou seis votos. O deputado Mário Bradock (PMDB) teve cinco votos. Os demais candidatos não foram votados.