A dois meses e meio do final do seu curto mandato como governador, Orlando Pessuti (PMDB) está pronto para retomar o projeto de se candidatar ao governo, que teve de ser adiado deste ano para 2014.

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Pessuti disse a O Estado que vai começar um processo de reestruturação do PMDB para as eleições municipais de 2012, quando pretende consolidar as bases para sua proposta de candidatura a governador.

“Quanto mais prefeitos e vereadores o PMDB tiver, mais condições o partido terá de apresentar um candidato ao governo em 2014. E eu estarei disputando essa posição. Espero que não tenha o processo de desconstrução que teve agora”, afirmou Pessuti.

Desta vez, o governador disse que não conseguiu neutralizar os focos de resistência à candidatura ao governo: o senador eleito Roberto Requião e os deputados federais estaduais do PMDB.

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Salvo algumas exceções, a maioria das bancadas federal e estadual trabalhou contra a candidatura própria do PMDB, ressaltou. Uma ala defendeu o apoio ao governador eleito, Beto Richa, e a outra articulou o apoio ao senador Osmar Dias (PDT).

No diretório regional, a tese da candidatura própria teria passado em número de votos, disse o governador. Mas não sobreviveria politicamente, afirmou. “Eu tinha a maioria do partido a favor, mas a maioria da bancada estadual e federal não queria minha candidatura. O ex-governador trabalhou contra. Ele achava que atrapalharia a eleição dele ao Senado se o Osmar fosse candidato à reeleição. E certamente, não teria vencido se Osmar tivesse sido candidato”, comentou Pessuti.

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Requião foi eleito senador e já avisou que vai se empenhar na derrocada de Pessuti, com quem rompeu logo depois de deixar o cargo devido às mudanças que o sucessor fez na equipe, eliminando os antigos auxiliares do ex-governador.

Da mesma forma, os deputados estaduais que já apoiavam Beto Richa antes, sinalizam que assim continuarão nos próximos quatro anos durante o mandato do tucano.

Para Pessuti, essas influências não serão determinantes, se conseguir manter a maioria no partido e se tiver a seu lado os eleitos de 2012. No próximo ano, o PMDB fará convenções municipais e estadual e haverá o confronto das forças. O resultado define quem estará no comando do partido e na condução do processo eleitoral de 2014.

Reforço

Se Dilma Rousseff (PT) vencer a eleição presidencial, o cacife de Pessuti aumenta. Embora ainda se ressinta de ter aberto mão da candidatura própria para apoiar o senador Osmar Dias (PDT), construindo o palanque único para a petista no Paraná, o atual governador do Paraná sabe que poderá ser compensado se ela for eleita. Mas Pessuti afirma que, independente de ter um ou não um cargo no governo federal, seus próximos anos serão dedicados a se fortalecer e ao PMDB.

“Nós temos que trabalhar com a perspectiva de construção de candidaturas fortes em todos os municípios. Isso não é apenas uma vontade nossa, mas um dever de um partido do tamanho do PMDB”, justificou.