O vice-governador Orlando Pessuti (PMDB) abriu ontem, 1.º, negociações com a direção estadual do PT para a sucessão de 2010. Pessuti reuniu-se com a presidente estadual do PT, Gleisi Hoffmann, deputados estaduais e dois secretários petistas, Ênio Verri, da Administração, e Lygia Pupatto, da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. O peemedebista reforçou que é pré-candidato do PMDB ao governo e sondou os petistas sobre a possibilidade de uma composição para a eleição de 2010.
O encontro terminou sem surpresas. Os petistas disseram que querem conversar com o PMDB, da mesma forma que já vêm mantendo contatos com o PDT, o PTB e o PP, que fazem parte da base de apoio do governo Lula (PT) no Congresso Nacional.
Mas a conversa serviu para derreter o gelo entre PT e Pessuti, que havia se sentido desprestigiado pelo presidente da República, que excluiu seu nome da lista de possíveis candidatos que poderiam ter o apoio do seu partido no Paraná e oferecer um palanque para a candidatura da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, à sua sucessão.
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Péricles: sem fechar nada. |
Do PMDB, Lula citou o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, ao invés do vice-governador que está trabalhando para ser indicado candidato do partido à sucessão do governador Roberto Requião (PMDB).
“A conversa ajudou a superar este mal entendido. E o que dissemos ao vice-governador é que nós estamos empenhados em fortalecer a nossa estratégia de conversar com os partidos da base de sustentação. Não é possível fechar nada neste momento porque precisamos saber se o PDT vai ter candidato, se o PMDB vai apoiar a Dilma (ministra da Casa Civil”, disse o líder da bancada do PT na Assembleia Legislativa, Péricles Mello.
Jogo duplo
Enquanto Pessuti tenta conquistar o apoio do PT, o vice-presidente estadual do PMDB, deputado Luiz Claudio Romanelli, manifestou descrença nas possibilidades de um acordo com o tradicional aliado.
Romanelli disse que o PT paranaense está fazendo “jogo duplo” com o PMDB porque já teria um acordo muito bem alinhavado com o PDT do senador Osmar Dias para apoiá-lo na disputa de 2010.
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Romanelli: “Eu fiz psicanálise”. |
Romanelli relatou que, em conversa com o diretor-geral da Usina de Itaipu, Jorge Samek, as intenções do PT ficaram cristalinas. “Ele disse que o PT vai apoiar o senador Osmar Dias e fez algumas declarações sobre o Pessuti que eu não gostaria de comentar”, afirmou o dirigente peemedebista, que cobrou um diálogo franco com os petistas.
“O PT tem um dever de lealdade com o PMDB, com o Requião, com o Pessuti. Só que não estão sendo leais. Eles têm uma posição pública e outra intrapartidária”, atacou o peemedebista. Ele acha que o PT corteja o senador Osmar Dias, enquanto tenta levar o PMDB a reboque deste acordo. “Eu sou um sujeito que já fez psicanálise. Não suporto fazer de conta que não enxergamos o que está acontecendo”, disse.