Acusado em reportagem na mais recente edição da revista Veja de ser funcionário fantasma na Assembleia Legislativa, o governador Orlando Pessuti (PMDB) anunciou ontem que irá acionar judicialmente a publicação.

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A reportagem relatou que Pessuti foi nomeado, sem concurso, em um ato secreto, como consultor administrativo da Assembleia, a partir de 25 de maio de 2005.

Em nota oficial publicada na Agência Estadual de Notícias, o governador disse que a reportagem é mentirosa e teve um objetivo claramente eleitoral. No mesmo final de semana em que a revista foi às bancas, o PMDB começou a discutir a manutenção de sua candidatura à reeleição.

Médico veterinário, o governador diz que ingressou no serviço público por concurso, em 1979, na Emater (Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural), empresa criada pelo governo estadual para absorver as atividades da Acarpa (Associação de Crédito e Assistência Rural do Paraná), onde foi admitido como extensionista rural.

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Pessuti diz que em 1983, quando assumiu o cargo de deputado estadual, solicitou licença sem vencimentos da Acarpa. E, em 1989, pediu sua transferência para o quadro de servidores da Assembleia com base na legislação da época, que permitia a troca.

Em resposta à Veja que o acusa de receber salário de R$ 12 mil sem trabalhar, o governador assegurou que desde sua posse no primeiro mandato de deputado estadual, não foi remunerado pela Assembleia Legislativa.

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Pessuti relata que exerceu cinco mandatos de deputado estadual e, desde 2003, está à disposição do Poder Executivo. Foi vice-governador duas vezes e, desde abril, assumiu o cargo de governador, com a licença de Roberto Requião (PMDB) para concorrer ao Senado.

De acordo com a nota, na implantação do Plano de Cargos e Salários da Assembleia Legislativa, em 2005, Pessuti foi efetivado e enquadrado como consultor administrativo, simbologia NUD-01, com vencimento equivalente a R$ 2, 5 mil.

Primeira-dama

Sobre a denúncia envolvendo a primeira-dama, a nota oficial informa que Regina Pessuti começou a trabalhar na Assembléia Legislativa em 1986, desenvolvendo suas atividades no gabinete da presidência e no gabinete parlamentar.

Suas funções e atribuições estavam na assessoria parlamentar e controle documental. A nota destaca que, desde 1992, Regina tornou-se servidora estatutária, tendo sido enquadrada pelo Plano de Cargos e Salários no cargo de Consultora Jurídica.

Atualmente à disposição do Poder Executivo. O atual assessor especial de Pessuti, José Correia, também foi citado na reportagem. Na nota, a informação é que Correia ingressou na Assembleia Legislativa em 8 de maio de 1986 como servidor celetista.

E a mesma lei que transformou Regina em servidora efetiva, sem ter prestado concurso, também deu o status de servidor estatutário a Correia, esclareceu a nota.