O vice-governador Orlando Pessuti (PMDB) disse ontem que a Assembléia Legislativa deveria comparar os gastos de publicidade dos governos anteriores com o atual. Pessuti acha desnecessária a criação de uma comissão especial para tratar do assunto, mas comentou que se a Assembléia aprovou a proposta do deputado Marcelo Rangel (PPS), então deve ampliar o foco da comissão para outras administrações.
?Se a Assembléia entendeu que deveria criar, então que se investigue as contas do Jaime Lerner, do Álvaro Dias, do José Richa, do Ney Braga. Que se investigue todos. Por que não??, disse o vice-governador, que participou da sessão solene em comemoração aos sessenta anos do Tribunal de Contas. Pessuti afirmou que o Tribunal de Contas já avaliou as despesas do governo com propaganda em 2005 e 2006. ?O TC já analisou tudo isso exaustivamente. A Assembléia Legislativa tem tudo isso?, declarou.
Na sessão de hoje, será votado o requerimento apresentado pelo líder do governo, Luiz Claudio Romanelli, incluindo os oito anos de governo Lerner (1995-2002) nas apurações da comissão especial, que ainda não foi instalada. Romanelli citou que, nos oito anos de Lerner, as despesas com propaganda foram de R$1,3 bilhão.
Ontem, Romanelli apresentou requerimento dirigido ao Tribunal de Contas solicitando o relatório de todos os gastos de Lerner na área, em seus dois mandatos. O pedido não foi aceito pela mesa executiva porque já havia sido feito antes pelo deputado Jocelito Canto (PTB).
Fidelidade
Pessuti comentou a proposta de expulsão do deputado Reinhold Stephanes Júnior do PMDB, que votou com a bancada de oposição, a favor da criação da comissão especial. Ele disse que a expulsão é muito drástica, mas que o partido deve conversar com o deputado para que ele siga a bancada. ?Nunca fui contra a criação de comissão especial Parlamentar de Inquérito. Sempre defendi isso. Agora, sou contra o parlamentar ir contra a decisão tomada pela bancada. Sou contra, também, estar num partido e ficar falando mal do partido?, disse.
Ontem, o caso de Stephanes seria um dos pontos de discussão da reunião da executiva estadual, que estava marcada para o início da noite. A executiva programou a instalação da comissão de ética, que poderá estabelecer uma punição para Stephanes Júnior. Além da expulsão, estão entre as possibilidades a advertência e suspensão temporária.
