O vice-governador Orlando Pessuti (PMDB) propôs ontem ao ministro do Planejamento, Paulo Bernardo (PT), que a presidente estadual do PT, Gleisi Hoffmann, seja candidata a vice-governadora na chapa do PMDB para a disputa ao governo do Estado.
A sugestão foi feita por durante um café da manhã, no Hotel Bourbon, em Foz do Iguaçu, onde os dois estavam participando do encontro de líderes municipais. Nadando contra a corrente dentro do seu próprio partido para construir sua candidatura, o vice-governador busca atrair o PT para o seu projeto, diante dos sinais de resistência do senador Osmar Dias (PDT) em fechar a aliança com os petistas no Paraná.
“Nós já nos manifestamos nas conversas reservadas e publicamente que queremos o PT conosco em 2010. Mesmo que não seja esta a direção com que a Gleisi trabalha, neste momento, queremos compor”, disse.
O ministro Paulo Bernardo deixou claro que uma candidatura a vice-governadora não está nos planos de sua mulher. “A Gleisi está decidida a concorrer ao Senado. Acho que ela vai ficar sensibilizada com a proposta, mas o projeto é o Senado”.
Para o ministro, todas as discussões são válidas, mas quanto a decisões, ele não vê a perspectiva de que um acordo seja fechado para a sucessão estadual antes de abril do próximo ano, prazo em que tanto o prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), como o governador Roberto Requião (PMDB) terão que se afastar de seus cargos para concorrer à eleição.
“Desde o início do ano nós conversamos com o Pessuti e o PMDB. Assim como também conversamos com o senador Osmar Dias e temos dois pré-candidatos do partido ao governo. Tudo tem que ser avaliado”, comentou.
Sem demérito
Pessuti voltou a dizer que um convite direto ao PT para compor uma chapa majoritária encabeçada pelo PMDB não exclui o PDT da conversa. “Eu já disse e não vejo nenhum demérito em que o senador Osmar Dias possa também estar nessa chapa. Seja como candidato ao Senado novamente ou então vice-governador. Eu sou vice-governador pela segunda vez e vejo isso como muito importante”, afirmou.
Os obstáculos internos, em que um grupo trabalha para apoiar a candidatura do prefeito Beto Richa (PSDB) ao governo, e as dificuldades no acordo com o PT podem ser superados quando chegar o momento das decisões, confia o vice-governador.
Principalmente, acredita Pessuti, se as pesquisas de intenções de votos mostrarem uma pré-candidatura peemedebista mais encorpada no início do ano. Em fevereiro, Pessuti espera passar de dois dígitos nas pesquisas.
“Eu comecei com quase zero. Agora, estou oscilando entre 8 e 9%. Até meados de março, vamos crescer mais e isso vai influenciar na decisão dos outros partidos”, disse. Ele acredita que o fato que ainda emperra uma maior aproximação entre o PT e o PMDB no Paraná é a expectativa dos petistas em selar um acordo com Osmar Dias.