O governador Orlando Pessuti (PMDB) pretende conversar com o senador Osmar Dias (PDT) hoje, em Curitiba. O governador afirmou que está disposto a construir uma candidatura de consenso entre PMDB, PDT e PT, mas não pode ser o único a ceder. “Não é justo que eu seja o único a abrir mão”, frisou o governador.

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Pessuti estava no interior do Estado ontem, quando foi avisado do pedido de Osmar à direção nacional do PDT para fazer coligação com o PSDB. Pessuti relatou que, devido à agenda de compromissos, não conseguiu entrar em contato com o senador. Mas mantém sua disposição de retomar o diálogo, iniciado esta semana.

Se a conversa entre Pessuti e Osmar evoluir para o entendimento, os presidentes nacionais do PT, José Eduardo Dutra, do PDT, Carlos Lupi, do PMDB, Michel Temer, reúnem o governador e o senador na próxima terça-feira (22), em Brasília.

Mas a conversa irá ocorrer apenas se o entendimento já estiver alinhavado e depende, neste momento, mais do esforço das lideranças estaduais do que da intervenção dos dirigentes nacionais.

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Desprendimento

Pessuti disse, mais uma vez, que pode pensar em não ser candidato à reeleição. Mas desde que, além dele, todas as forças envolvidas, entre elas o senador Osmar Dias, o ex-governador Roberto Requião e a ex-presidente estadual do PT Gleisi Hoffmann também se posicionem com desprendimento.

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“Na construção da unidade, todos têm que ter esta disposição. Se for apenas para que eu desista, não posso sentar à mesa para conversar. Todos temos liderança política e ninguém pode ficar jogado na beira da estrada. Todos temos que ter o espírito desarmado para ceder e conceder”, afirmou.

Se ao final da negociação, todos os envolvidos concluam que Osmar deve ser o candidato ao governo, Pessuti disse que aceita, mas é preciso definir também como qual será a participação do seu grupo político nesse projeto, seja no governo estadual ou federal.

“Será que o Requião, que quer participar das decisões da chapa para o governo, vai também deixar que eu participe da definição da chapa dele para o Senado? Vamos poder falar do governo futuro? “, questionou.

O governador disse que também está sendo pressionado por lideranças do PMDB no interior do Estado, que preferem o partido representado por uma candidatura própria na sucessão estadual.

“Essa é uma posição do partido e, para mim, também não é fácil desconsiderar isso. São os meus companheiros do PMDB. Não pode ser assim. Eu chegar e falar, olha, não vou ser mais candidato. Esse nosso grupo também tem um projeto”, desabafou Pessuti.