Se o ex-governador Roberto Requião quiser levar o PMDB a apoiar uma possível candidatura ao governo do senador Osmar Dias (PDT) terá que derrotar o governador Orlando Pessuti na convenção do partido.
Em reunião anteontem à noite com deputados estaduais e integrantes da executiva do partido, Pessuti garantiu que não desiste da candidatura à reeleição e que vai buscar o apoio da direção nacional do PMDB, na convenção que será realizada neste sábado, 12, em Brasília.
Além do aval da direção nacional, Pessuti também quer conversar novamente com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, para tentar buscar uma aliança com o PT do Paraná.
Por pressão de parte dos deputados estaduais, ele vai oferecer a Lula o apoio à candidatura da ex-ministra Dilma Rousseff à presidência e de Gleisi Hoffmann ao Senado em troca de uma coligação na disputa proporcional com o PT.
Se o acordo com o PT não for possível e Requião não se mobilizar para levar à convenção a proposta de aliança com o PDT, os peemedebistas terão que se conformar em concorrer em chapa pura.
E neste caso, o presidente estadual do partido, deputado Waldyr Pugliesi, já levantou a possibilidade de lançar dois candidatos ao Senado. Além de Requião, o PMDB teria também como candidato o ex-secretário de Desenvolvimento Urbano Renato Adur.
Recuo
Se depender do vice-presidente estadual do PMDB e um dos principais articuladores da corrente que deseja apoiar a pré-candidatura do ex-prefeito de Curitiba Beto Richa, deputado Luiz Claudio Romanelli, a proposta não será apresentada à convenção.
Romanelli afirmou que se Pessuti quer ser candidato, não irá defender a candidatura de um outro partido na convenção. Ele criticou a posição do PT estadual, que já descartou a coligação na disputa para a Assembleia Legislativa e Câmara dos Deputados.
“Em todo o país, o PT está enquadrando seus diretórios à luz do interesse da candidatura Dilma. No Paraná, há uma certa rebeldia”, afirmou Romanelli, acusando os dirigentes petistas de servirem apenas ao interesse da ex-presidente estadual do partido Gleisi Hoffmann.
O presidente estadual do PT, Ênio Verri, afirmou que considera “positiva” a recente preocupação do PMDB do Paraná com a candidatura de Dilma Rousseff. “Esse é o PMDB velho de guerra que eu gosto. Mas daí a acabar com a bancada estadual do PT é outra coisa. Continuo dizendo que a nossa base é refratária à ideia de redução da bancada via coligação proporcional”, disse.
Verri não vê possibilidade de a direção nacional intervir para obrigar o PT do Paraná a fazer uma aliança proporcional com o PMDB. “Em nenhum lugar do Brasil, o PT enquadrou diretório em nome de eleição proporcional. Mas agora é assim no Paraná. Todos aparecem como vítimas e nós é que somos o vilão da história”, ironizou.
Defensoria vai ter dinheiro no Orçamento de 2011
O governador Orlando Pessuti (PMDB) encaminhou ontem à Assembleia Legislativa mensagem incluindo no projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias do próximo ano previsão orçamentária para a regulamentar a Defensoria Pública do Paraná.
De acordo com a proposta, a Defensoria irá dispor de 0,027% dos recursos orçamentários do Estado. O governo espera receita de R$ 23,5 bilhões para o próximo ano, conforme a LDO que ainda não foi votada pelos deputados estaduais e que receberá a emenda do governador.
A projeção do governo somente será confirmada no projeto de orçamento que será encaminhado aos deputados no segundo semestre, q,uando os números serão atualizados.
A mensagem do governo irá adaptar a Defensoria Pública do Paraná à Constituição Federal, que prevê autonomia financeira, administrativa e orçamentária à instituição.
No caso do Paraná, a Defensoria Pública existe como apêndice da Secretaria da Justiça e Cidadania e não tem autonomia, nem para contratar advogados, que são emprestados de outros órgãos. Atualmente, apenas 52 advogados atuam na Defensoria que se limita a atender Curitiba e alguns municípios da Região Metropolitana.
Atualmente, cerca de nove mil processos estão em andamento na Defensoria paranaense. A regulamentação do serviço de assistência jurídica gratuita à população é uma reivindicação de vários deputados estaduais e de outras instituições ligadas à Justiça, como o Ministério Público Estadual e Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
