O governador Orlando Pessuti (PMDB) irá buscar a aprovação da convenção do PMDB para ser candidato à reeleição. Após um almoço com o senador Osmar Dias (PDT), um encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ontem à tarde, e um jantar anteontem, com o presidente nacional do PMDB e presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer, Pessuti manteve a posição de concorrer ao governo do Estado, prometendo a Lula que seu palanque estará reservado para a pré-candidata do PT à presidência da República, a ex-ministra Dilma Rousseff.
Pessuti declarou que, nas próximas três semanas, irá continuar conversando com o PT e o PDT para acharem uma fórmula que mantenha a base de Lula no Paraná na oposição aos tucanos no Estado. Na contramão da posição de Osmar, que disse ao governador que, para ser candidato ao governo, gostaria de ter o apoio do PMDB, Pessuti avalia que a união da base de Lula na eleição não precisa ter palanque único para o governo.
Na conversa com o presidente Lula, Pessuti disse ter ponderado que tanto ele como Osmar podem ser candidatos, sem prejuízo da aliança em torno de Dilma. Da mesma forma que o PT também poderia ter uma candidatura ao governo, acredita. Pessuti acha que os três partidos poderão se unir no segundo turno das eleições. Para o governador, Osmar Dias poderia se juntar a outros partidos da base como o PT, PRB e PCB para reforçar sua estrutura, ganhando tempo de propaganda no horário eleitoral gratuito e, na outra ponta, o PMDB concorreria em chapa pura.
Mas se for o caso de uma candidatura única, Pessuti propõe que a aliança se faça ao redor de sua candidatura ao governo com três candidatos ao Senado: o ex-governador Roberto Requião (PMDB), a ex-presidente estadual do PT Gleisi Hoffmann e Osmar. “Todos podemos ser companheiros de uma jornada eleitoral”, afirmou.
Projeções
Nas reuniões em Brasília, Pessuti foi acompanhado pelo presidente estadual do PMDB, Waldyr Pugliesi, e o líder do governo na Assembleia Legislativa, Caito Quintana. Na próxima semana, Pugliesi irá se reunir com a direção estadual do PT e o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, para prosseguir com as discussões eleitorais. Pugliesi afirmou que não há motivo para o PMDB abdicar do projeto de candidatura própria ao governo do Estado em favor da candidatura do senador Osmar Dias.
Embora admita que essa era a expectativa da direção nacional do partido e até mesmo do presidente Lula, o presidente do PMDB afirmou que o grupo foi suficientemente convincente nos argumentos para sepultar esta tese. “Nós, no PMDB, estamos convencidos da possibilidade de sucesso de uma candidatura do nosso partido ou da base”, afirmou. Ele assegurou que o PMDB tem pesquisas mostrando que, mesmo divididos, os partidos aliados a Lula podem derrotar o ex-prefeito de Curitiba Beto Richa (PSDB) na disputa estadual.