Sucessão

Pessuti diz que não vê motivo para desistir

O governador Orlando Pessuti (PMDB) disse aos deputados estaduais do PMDB que, neste momento, não vê razão para renunciar à candidatura e apoiar o senador Osmar Dias (PDT) ao governo.

A hipótese de o PMDB fazer uma aliança com o PDT foi discutida ontem durante uma reunião entre o governador e a bancada estadual que cobrou informações sobre as negociações de alianças que Pessuti está fazendo para a disputa de outubro e que terão impacto direto na eleição para a Assembleia Legislativa e Câmara dos Deputados.

O governador informou que na próxima quarta-feira (2) vai ter uma audiência com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para tratar de assuntos do Estado, mas também da sucessão estadual.

Para os deputados, este encontro deve ser decisivo para os rumos do PMDB paranaense. Na perspectiva de Pessuti, a conversa com Lula vai ser útil para que seja firmado um acordo para o PT apoiar a sua candidatura ao governo.

A hipótese de o governador se retirar para apoiar Osmar ao governo e as duas vagas ao Senado serem compartilhadas pelo ex-governador Roberto Requião e Gleisi Hoffmann é remota, disse o deputado Artagão de Mattos Leão.

O presidente estadual do PMDB, deputado Waldyr Pugliesi, afirmou que o PMDB definiu uma posição pela candidatura própria. “O governador reitera sua disposição de ser candidato. Vamos aguardar a conversa com o presidente Lula”, disse. Para Pugliesi, o desenho das composições para a sucessão presidencial é importante no processo.

“Ao que parece, nós já temos uma aliança com o PT no plano nacional. E se a situação está definida com o Michel Temer como vice da Dilma Rousseff, o PMDB do Paraná trabalha com essa realidade”, afirmou Pugliesi.

“Por que eu?”

Pessuti adotou com os deputados o discurso de um pré-candidato que acredita ter condições de melhorar sua posição no cenário eleitoral. “Ele disse que não vê motivo para ser ele a renunciar se o senador Osmar Dias já está demonstrando que pode fazer isso. E se é assim, o PMDB pode oferecer ao senador as mesmas condições que o PSDB está propondo”, relatou Artagão.

Por enquanto, Pessuti apresentou aos deputados as opções de partidos que poderá aglutinar em torno da sua candidatura ao governo. Pessuti disse que está conversando com o PV, PC do B e PRTB.

Uma das barreiras para o acordo com esses partidos é a disputa proporcional, apontou Artagão. A chapa de candidatos a deputado estadual do PMDB tem média de votos superior a qualquer candidatura dos “nanicos”.

O deputado menos votado no PMDB fez 38 mil votos para a Assembleia Legislativa. A posição do ex-governador Roberto Requião não preocupa os deputados.

Primeiro, porque uma parte deles acha que o rompimento entre Requião e Pessuti não é definitivo. E principalmente porque não há dúvidas de que Requião, assim como os deputados, está interessado em um bom acordo eleitoral.

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