O governador Orlando Pessuti (PMDB) disse que a decisão de apoiar o governador eleito Beto Richa (PSDB) é da bancada estadual do PMDB e não de todo o partido. “É preciso distinguir isso. Os deputados estaduais são uma coisa. Os deputados federais, os prefeitos, os vereadores são outra”, comentou o governador, que reassumiu o cargo ontem ao retornar do México, onde participou da Conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre mudanças climáticas (COP 16).

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Para Pessuti, não há nada de surpreendente na decisão dos deputados estaduais ou nos movimentos de Beto para atrair o apoio do PMDB. “Foi exatamente isso que o Requião fez quando se elegeu em 2003”, comparou o governador.

Ele lembrou que o atual deputado estadual Nelson Garcia (PSDB) ocupou a Secretaria do Trabalho a convite do ex-governador Roberto Requião, atual senador eleito, como representante dos tucanos no governo.

Da mesma forma, também foram para o governo os tucanos Luiz Malucelli ,na direção do Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento (Lactec), e o ex-prefeito Mario Pereira na direção financeira do Detran.

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“São tucanos que apoiaram na campanha e o Requião chamou para o governo. O Beto está adotando o mesmo procedimento. Não há motivos para assombros”, disse o governador.

Se essa composição com o PSDB será benéfica ao partido somente o tempo dirá, afirmou o governador. “A população pode achar estranho. E nós só vamos saber se isso é bom ou ruim para o futuro do nosso partido quando a população se manifestar nas urnas”, comentou o governador.

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Para Pessuti, o futuro do PMDB seria bem diferente se o partido tivesse mantido sua candidatura ao governo do Estado. “O bom mesmo é que o PMDB tivesse eleito o seu candidato ao governo”, observou Pessuti.

A adesão dos deputados do PMDB ao governo de Beto Richa é vista por Pessuti como o desdobramento natural de algo que já ocorreu na campanha eleitoral. “O Beto está reconhecendo o apoio que recebeu do Romanelli, do Alexandre Curi, do Stephanes Junior. Uma parcela dos deputados não seguiu a posição do partido na eleição”, comentou Pessuti, afirmando que não foi chamado para dar sua opinião sobre a posição da bancada em relação ao governo tucano.

Pendências

Nos últimos 22 dias de mandato, o governador disse que ainda há pendências administrativas a serem resolvidas. “Temos uma série de licitações para homologar”, afirmou.

Ele informou que existem contratos que vencem no final deste mês e que o futuro governador pode ter dificuldades para renovar, principalmente, no setor de segurança e limpeza.

Pessuti informou ainda que vai levar adiante algumas ações nos municípios. “Se temos o dinheiro e a obra licitada, não custa nada darmos a ordem de serviço”, avaliou.

Ele afirmou que vai se reunir com secretários e presidentes de autarquias para fazer um balanço final da gestão para deixar tudo em ordem para o futuro governador.