Remanejamento

Pessuti demite auxiliares indicados por Requião

Antes de viajar ontem para a África do Sul, o governador Orlando Pessuti (PMDB) demitiu alguns auxiliares remanescentes da equipe que serviu ao ex-governador Roberto Requião (PMDB).

Entre eles estão o presidente da Ferroeste, Samuel Gomes, e outros dois diretores da empresa e o chefe da Casa Militar, coronel Washington Alves da Rosa.

O secretário de Assuntos Estratégicos e presidente da Celepar, Nizan Pereira, também deixa os cargos que acumulava, mas permanece no governo. Pessuti pediu ainda à Lucia Arruda, irmã de Requião, que deixe a presidência do Provopar (Programa do Voluntariado Paranaense).

Pessuti transmitiu o cargo ontem ao presidente do Tribunal de Justiça, Carlos Augusto Hoffmann, que governará o Estado durante a ausência do peemedebista. Na volta da viagem, prevista para o dia 14.

Pessuti poderá solicitar ainda o cargo da mulher do ex-governador, Maristela, que dirige o Museu Oscar Niemeyer. Da mesma forma que o Provopar, o Museu é dirigido por uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip), cujo conselho detém o poder de eleger o diretor.

No caso, o governador não tem a prerrogativa da demissão, mas ao se referir ao Provopar, Pessuti disse que espera que Lucia Arruda renuncie à indicação do Conselho, que lhe conferiu mandato até dezembro deste ano.

Também está na fila dos possíveis demitidos o ex-secretário de Comunicação de Requião, Benedito Pires, que atualmente exerce o cargo de assessor especial. Sobre Pires, Pessuti informou que ele está em férias.

Pessuti disse que esperava que Lucia Arruda deixasse o cargo já em abril, quando assumiu o governo. Para o governador, a tradição manda que a presidência do Provopar seja exercida pela primeira dama.

“Quando o Requião assumiu, a Maristela não quis o cargo. Sugeri que fosse a Regina (esposa do atual governador). Mas ele preferiu colocar a irmã. Quando o Requião saiu, imaginei que ela abriria mão. E eu esperei noventa dias para que ela saísse e seguisse a tradição, antes de pedir o cargo”, afirmou.

Quem entra

Para a Casa Militar, Pessuti nomeou o coronel Aurélio Chaves. Na Ferroeste, a presidência será ocupada pelo economista Neuruci Antonio Frizo, aliado do governador em Toledo.

Na direção de produção sai Lino Antonio de Campos Gomes e entra Mauro Fortes Carneiro. Para o lugar de Paulo Marques na diretoria financeiro-administrativa, Pessuti nomeou José Carlos Mendes.

Nizan Pereira deixou a presidência da Celepar e a Secretaria de Assuntos Estratégicos para ocupar uma assessoria especial para assuntos de Direitos Humanos. Os dois cargos serão assumidos pelo ex-presidente da Paraná Previdência José Maria Correia.

Pessuti negou que as mudanças tenham sido causadas pela deterioração do seu relacionamento com Requião, que começou logo que assumiu o governo, em abril, e demitiu secretários do núcleo mais próximo do antecessor.

“É só mais um remanejamento”, resumiu o governador, mas admitiu que alguns não demonstravam afinidade com sua administração. “Nunca fui vingativo. Nenhuma dessas coisas está pautada no ódio e na vingança. Mas também não posso trabalhar com pessoas que não querem trabalhar comigo. Tem assessor que não apareceu no Palácio em noventa dias. Tem que estar afinado”, disse o governador, mas não revelou a quem estava se referindo. “É para quem servir a carapuça”, emendou.

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