A maioria dos brasileiros considera ilegal a invasão de propriedades, segundo pesquisa “Imagem do MST”, encomendada pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e divulgada hoje.

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De acordo com o levantamento, 92% dos 2 mil entrevistados consideram as ocupações ilegais. A pesquisa, que possui margem de erro de 2 pontos porcentuais para cima ou para baixo, foi feita pelo Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope) e trata das ações promovidas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

A organização também não é bem vista mesmo quando o questionamento sai do campo da legalidade e passa a tratar de simpatia pela causa. Mas, neste aspecto, a rejeição é menor, de 64% contra 20% a favor e 13% que consideram as invasões nem favoráveis nem desfavoráveis.

O estudo revela que, para 90% dos consultados, o MST deve lutar pela reforma agrária, mas sem violência ou invasão de terras. Para 85%, o direito de propriedade privada é essencial ao País e, para 77%, quem já possui uma propriedade hoje, tem o direito de escolher se quer ou não produzir nela.

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Há ainda a percepção por parte de 75% das pessoas consultadas de que ocupar terras particulares não é o melhor caminho para o MST conseguir espaço para produção agropecuária e moradia. Para 58%, o movimento é legítimo porque são trabalhadores querendo terra para trabalhar e morar, mas que não têm condições de pagar por ela.

A pesquisa também mostra que 72% dos ouvidos consideram que o poder público deve utilizar a polícia para cumprir ordens judiciais de retirada dos invasores, enquanto 61% acham que o governo deve cumprir os mandados de reintegração de posse.

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Já os proprietários de fazendas não devem usar armas próprias para se proteger ou prevenir invasões em suas propriedades na opinião de 69% dos entrevistados. Segundo 61% das pessoas ouvidas, o caminho mais adequado para resolver a questão das ocupações ilegais é a Justiça.

Em relação à aprovação das metas do MST, o Ibope identificou que 57% dos entrevistados concordam com os objetivos do movimento, mas acham que ele está se desviando de seu foco. Na opinião de 21%, os objetivos são positivos e o MST realmente luta por eles.

Entre as pessoas consultadas, 17% não concordam com os objetivos – os citados na pesquisa foram três: luta pela terra para produção agrícola, luta pela distribuição de terra aos que não possuem moradia e luta por uma sociedade mais justa e igualitária.

Rejeição

Na avaliação da CNA expressa por nota à imprensa, a rejeição às atitudes promovidas pelos sem-terra nos últimos anos fez com que a população deixasse de associá-los diretamente à reforma agrária.

Ao falar do MST, 69% dos entrevistados ligam o movimento a invasões, 53% a atos de violência, 38% à luta por direito, 32% à reforma agrária e 26% à desobediência. A pesquisa aponta ainda que 54% das pessoas ouvidas atribuem os conflitos no campo ao MST.

A pesquisa revela ainda que 57% consideram que o MST se desviou dos seus principais objetivos. Em relação a um deles, a reforma agrária, 66% acham que as invasões não têm como foco o assentamento das famílias, mas uma forma de pressionar o governo federal.

Ainda, 60% acreditam que a entidade mais prejudica do que ajuda a reforma agrária. Ainda de acordo com o estudo, mais de 70% dos entrevistados responderam que a organização prejudica o desenvolvimento econômico e social, a geração de empregos, os investimentos nacionais e estrangeiros e a imagem do Brasil no exterior.

Em relação às movimentações financeiras do MST, a sondagem mostrou que 56% das pessoas ouvidas acreditam que o movimento recebe recursos públicos federais.

Para 28% deles, estas verbas financiam principalmente as invasões de terra. Um grupo de 82% apoia a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar o movimento.