Peritos e representantes do Ministério Público Federal em São Paulo e da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP) vão retornar ao cemitério de Vila Formosa, na zona leste da capital paulista, amanhã, em busca dos restos mortais de desaparecidos políticos.
Dependendo do que for encontrado pela equipe de peritos depósito clandestino localizado debaixo de canteiro onde ficava um letreiro do cemitério, há a possibilidade de exumação para análises posteriores, segundo o MPF.
Os trabalhos de busca no cemitério Vila Formosa, iniciados no dia 8 de novembro, visam localizar os restos de aproximadamente dez desaparecidos políticos, entre os quais, os de Virgílio Gomes da Silva, o Jonas. Mais de 450 pessoas foram mortas ou desapareceram durante o período do último regime militar no Brasil (1964-1985).
A família de Virgílio Gomes da Silva obteve documentos que apontam o número do terreno em que ele teria sido enterrado no cemitério da Vila Formosa, em 1969. Essas informações foram repassadas à procuradora da República Eugênia Gonzaga e ao procurador regional da República Marlon Alberto Weichert.
Durante as buscas foi constatado que a sepultura e respectiva quadra foram renumeradas, bem como a possibilidade de que os restos mortais tenham sido transferidos para outro local. Uma análise realizada com base nos dados preliminares coletados com a ajuda de um radar de penetração no solo (GPR), combinado com fotografias aéreas de 1972, permitiram aos peritos localizar uma estrutura embaixo de um canteiro onde antigamente se encontrava um letreiro do cemitério que pode ser um depósito de ossos.