Perito comprova fraude contra PMDB

O perito criminal Ari Fontana comprovou a fraude da fita levada ao ar pela coligação que apóia Álvaro Dias (PDT) no vídeo mostrando o candidato do PMDB ao governo,  senador Roberto Requião, dizendo que subiria no palanque com o diabo. Utilizando sobreposições de imagens e edição de áudio, a coligação de Alvaro distorceu o conteúdo de uma entrevista de Requião. O relatório do perito foi enviado ao PMDB como prova da realização da fraude.
O processo foi feito, primeiro, utilizando-se um vídeo de Requião e uma gravação de áudio em que constavam determinadas palavras, que foram coladas de forma a que pudessem produzir a frase desejada – uma referência sobre o demônio feita por Requião lembrando o fato de o ex-primeiro ministro Winston Churchil ter afirmado que faria um pacto com o diabo para evitar que Hitler invadisse a Inglaterra.
Depois, os autores da fraude sobrepuseram as  imagens substituindo o queixo de Requião por aquela da pessoa que gravou a frase. O passo seguinte foi colocar as palavras de Requião ditas em um outro contexto em um canal de áudio. Com a sobreposição quadro a quadro do queixo, eles conseguiram montar o vídeo como se fosse Requião falando sobre fazer pacto com o demônio. As emendas da sobreposição da imagem são corrigidas por computador.
Para provar a fraude na fita levada ao ar pela coligação de Álvaro Dias, Fontana  transformou as imagens de vídeo em negativos onde constatou a sobreposição da imagem. Na sobreposição, aparece uma terceira gola de camisa da pessoa que teve o queixo sobre posto. O perito constatou sete cortes diferentes no áudio, inclusive com um palavra fora de contexto da frase – o termo ?serei? foi trocado por selei.
Segundo Ari Fontana, a equipe que montou a fita contou ainda com o fato de a maioria das pessoas ter em casa aparelhos de televisão de baixa resolução que não permitem identificar facilmente esse tipo de montagem. ?Estamos diante de uma montagem com a intenção de dolo e não de apenas uma fita qualquer. Esse processo de trucagem exige aparelhos sofisticados e um alto custo de produção?, disse.