Coordenado pelo senador Jarbas Vasconcelos, um grupo de parlamentares do PMDB se organiza para fundar uma dissidência formal dentro do partido para apoiar o pessebista Eduardo Campos na corrida presidencial de 2014. “Queremos fazer um manifesto formal de apoio a Eduardo”, disse Vasconcelos.
O senador realizou ontem (07) em sua casa um jantar com os parlamentares que inicialmente integram o grupo. São eles os senadores Pedro Simon (RS), Waldemir Moka (MS), Ricardo Ferraço (ES) e Luís Henrique (SC) e os deputados Raul Henry (PE), Danilo Forte (CE), Fábio Trad (MS), Geraldo Resende (MS), Darcísio Perondi (RS) e Osmar Terra (RS).
Segundo Jarbas, a conversa “fluiu bem” e todos do grupo já fecharam apoio, à exceção de Luís Henrique. Ele ainda penderia entre apoiar Campos ou Aécio Neves (PSDB).
O grupo de insatisfeitos com o governo Dilma Rousseff (PT) teria escolhido Campos principalmente por ele ter um discurso de reconhecimento de avanços tanto no governo Fernando Henrique, do PSDB, como no governo Lula, do PT.
A terceira via proposta pelo pessebista seria mais interessante para o grupo por ter um leque mais amplo de diálogo no cenário político. Segundo Jarbas, o que prevalece é um amplo senso de rejeição a um segundo mandato de Dilma.
“As coisas sofreram um hiato (após os governos FHC e Lula) por causa da incompetência da presidente da República”, disse. “A Dilma, para nosso grupo, se exauriu, seu governo está em decomposição”, complementou o senador.
Questionado sobre declarações anteriores de Campos e de sua vice na chapa, Marina Silva, de que em um governo deles o PMDB seria oposição, Jarbas diferenciou seu grupo, dizendo que ele é composto por parlamentares do “PMDB autêntico, que tem história, compromisso e ética”.
Jarbas acrescentou que não houve qualquer restrição ds membros à figura de Marina. Em entrevista, o próprio Campos havia mencionado nomes da lista de dissidentes do PMDB, reforçando que a essa base interessaria a proposta articulada por PSB e Rede nesta campanha presidencial.
Na próxima semana, Jarbas organiza um jantar, provavelmente na quarta-feira (14), com objetivo de reunir formalmente o grupo com Campos. Segundo o senador, a ideia é que o número de deputados da dissidência chegue a 15. Já o número de senadores, se Luís Henrique se decidir pelo apoio ao PSB, deve ficar em cinco.