Pedro Simon quer o PMDB com candidato em 2010

O senador gaúcho Pedro Simon (PMDB-RS) defendeu ontem, 19, em Curitiba, a candidatura própria do PMDB à presidência da República. Simon disse que o partido já fechou posição no Rio Grande do Sul a favor de disputar a sucessão presidencial com um nome da legenda, que poderia escolher entre os governadores do Paraná, Roberto Requião, do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, ou o ex-governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto. Simon recebeu na Assembleia Legislativa o título de Cidadão Honorário do Paraná, proposto pelo deputado Caíto Quintana (PMDB).

A solenidade teve a participação de Requião e do ex-ministro Euclides Scalco, um dos fundadores do PSDB. O senador gaúcho disse que a tese da candidatura própria tem apoio entre parlamentares, prefeitos e vereadores do PMDB.

Porém, a máquina do comando nacional está invertendo o processo da decisão ao apressar um acordo com o PT para apoiar a candidatura da ministra Dilma Rousseff à presidência, declarou.

“Primeiro, querem escolher a candidatura e depois reunir o partido. Esse grupo se adonou do partido e faz o que quer”, afirmou o senador. Para Simon, o poder da cúpula se assenta nos sete ministérios e nos vários cargos que ocupa no governo federal.

Amanhã, 21, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reúne com os dirigentes do PMDB para fechar o acordo de apoio à pré-candidatura de Dilma. A cúpula da legenda negocia a indicação do deputado Michel Temer (PMDB-SP) para ser vice na chapa da ministra. Para Simon, o PMDB vai novamente contra a maré, como nos últimos quando deixou de lançar candidatos à sucessão presidencial.

“Na eleição de 2006, o partido fez prévia entre Garotinho e Rigotto e a direção nacional não quis fazer a convenção. Agora, eles mesmos tinham estabelecido que haveria reunião nacional em novembro para definirmos a candidatura. No entanto, estão agindo em revelia à própria decisão deles”, disse.

O momento seria oportuno ao lançamento da candidatura própria, já que não há nenhuma candidatura natural nos outros partidos, comparou. Simon disse que o PMDB tem como opções uma imposição do presidente Lula “de apoio a um nome que não tem tradição” e uma aliança com o PSDB, onde se trava uma acirrada disputa interna entre os governadores de São Paulo, José Serra, e de Minas Gerais, Aécio Neves.

O governador Roberto Requião defendeu que a elaboração de um programa deveria preceder toda e qualquer discussão sobre candidaturas. “Tendo um programa de governo, nós temos condição de discutir a possibilidade de uma candidatura própria ou de fazer uma coligação se isso não for possível. Ora, sem um programa de governo é um acordo entre pessoas que não abrangerão nunca o conjunto das forças peemedebistas no Brasil”, disse.

Requião confirmou que esteve com o ex-governador Orestes Quércia, no final de semana, em São Paulo, onde conversaram sobre a sucessão de Lula. Mas deixou claro que sua posição não é a mesma de Quércia.

“Ele tem outra visão. O PMDB de São Paulo quer apoiar o Serra, não é a minha posição. Apoiar o Serra hoje seria a mesma coisa do que partir para um acordo sem programa. Apoiar o Serra por quê? É lindo o Serra, é mais bonito que a Dilma? É melhor que os candidatos que o PMDB pode ter? É mais engraçadinho do que o Ciro Gomes? Não é por aí. Ou a gente define o quer para o país e sobre isso o partido lança candidato ou coliga”, declarou.

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