O candidato do PMDB a prefeito do Rio, Pedro Paulo, foi o grande alvo dos adversários durante o debate promovido na noite deste domingo (25) pela TV Record. O evento reuniu os oito principais candidatos ao cargo: além do peemedebista, estiveram presentes Marcelo Crivella (PRB), Marcelo Freixo (PSOL), Jandira Feghali (PCdoB), Alessandro Molon (Rede), Flávio Bolsonaro (PSC), Indio da Costa (PSD) e Carlos Roberto Osorio (PSDB).
As pesquisas de intenção de voto indicam que Crivella irá para o segundo turno, pois lidera com folga, mas seu adversário está indefinido. Cinco candidatos estão em empate técnico em segundo lugar, segundo a pesquisa mais recente do Instituto Datafolha, realizada em 21 de setembro. Crivella tem 31% das intenções de voto, e em seguida figuram Freixo, com 10%, Jandira e Pedro Paulo, com 9%, Bolsonaro, com 7%, e Indio, com 6%. Como a pesquisa tem margem de erro de três pontos percentuais para mais ou para menos, é impossível garantir quem tem mais votos nesse grupo.
A pesquisa indica ainda que Osorio tem 4% e Molon soma 2%. Pretendem votar em branco ou nulo 15% dos 1.023 eleitores pesquisados, e outros 6% não souberam ou não quiseram responder.
Diante dessa indefinição quanto ao segundo turno, neste domingo os adversários concentraram críticas a Pedro Paulo, que tem o apoio do atual prefeito, Eduardo Paes (PMDB). Indio foi o candidato que mais confrontou o peemedebista e o primeiro a lembrar que Pedro Paulo foi acusado de agredir a ex-mulher, Alexandra Marcondes, enquanto eram casados. O caso foi arquivado pela Justiça, mas antes a ex-mulher chegou a conceder uma entrevista coletiva junto com Pedro Paulo em que confirmou a agressão, mas afirmou se tratar de uma questão da vida particular de ambos.
Durante o debate, quando Pedro Paulo afirmou que a Justiça arquivou a acusação, Indio classificou o adversário como “covarde, cínico e mentiroso”. Na sequência, Pedro Paulo retrucou acusando o candidato do PSD de ter cometido crime ambiental na construção da própria casa, pois teria desmatado irregularmente uma área de mata atlântica.
Os demais candidatos também criticaram a atual gestão, da qual Pedro Paulo participou, e citaram o episódio da agressão à mulher. Referindo-se às eleições que perdeu, Crivella disse: “Eu bati na trave, mas não bato em mulher”.
Além de se defender das acusações, Pedro Paulo tentou atacar Crivella, ressaltando que ele é apoiado pelo ex-governador Anthony Garotinho (PR) e tem ligação com a Igreja Universal do Reino de Deus.
Crivella afirmou que Pedro Paulo copia a estratégia de Luiz Fernando Pezão (PMDB), que venceu o candidato do PRB no segundo turno da última eleição para governador do Rio: “Estou neste debate, mas parece o debate com o Pezão, há dois anos. O Pezão também me chamava de bispo, dizia que estava muito bem, ia cuidar de tudo, que os governos eram os mais exitosos. Hoje, o servidor do Estado olha com pesar por acreditar neles. O Cabral tinha o Pezão, Paes tem o Pezinho. O Estado está quebrado”.
A troca de farpas opôs também Freixo e Bolsonaro. Questionado por Freixo sobre planos para auxiliar aposentados, o candidato do PSC usou seu tempo de resposta para acusar Freixo de auxiliar os black blocs (grupo que participa de protestos destruindo o patrimônio público e particular, como pontos de ônibus e portas de bancos). Freixo afirmou que é contra a violência, seja da polícia ou de manifestantes, e acusou Bolsonaro de defender a ditadura militar.