Antecipando-se ao TRE, que deveria julgar esta semana um pedido de impugnação de sua candidatura ao Senado, o empresário de Cascavel Pedro Muffato (PPS) resolveu desistir da campanha eleitoral deste ano.
O pedido de impugnação foi apresentado ao TRE pelo advogado Mozart de Quadros, sob o argumento de que o empresário não se afastou em tempo hábil de seu posto de direção da TV Tarobá. “Há pessoas que preferem manifestar seu egoísmo e sua vaidade, pois o que lhes interessa é o poder”, afirmou ontem Muffato ao anunciar oficialmente a sua decisão “Meu advogado estudou a impugnação e a possibilidade do pedido ser considerado improcedente é grande porque estou fora da direção da TV Tarobá há mais de dois anos”, comentou.
O candidato do PMDB ao governo, senador Roberto Requião, lamentou a saída de Muffato da campanha: “Ele seria a segunda opção do PMDB para o Senado. Nâo podemos concordar que um formalismo legal absurdo tire da disputa eleitoral uma liderança importante do Estado e, em especial, da região Oeste. Perde com isso o Paraná e o processo democrático”. Reação idêntica teve o candidato do PMDB ao Senado, ex-governador Paulo Pimentel: “Não há motivo ético ou moral para tentar impedir a candidatura de um líder político de reconhecida importância para a região Oeste e para o Paraná”, disse, acrescentando que o PMDB, em momento algum, teve qualquer interesse nesse desfecho: “Fazíamos campanhas paralelas, com discursos e propostas que muitas vezes se identificavam na defesa dos interesses maiores do Paraná”.
Sem substituto
O pedido de Muffato foi protocolado às 14h45 de ontem no TRE, e a desistência ainda deve ser homologada em sessão. Após isso, o PPS tem 10 dias para apresentar um substituto, o que não deverá ocorrer. Segundo o secretário-geral do partido, Rubens Camargo, não será apresentado um novo postulante para a vaga: “Temos pouco tempo para a campanha. Uma pendencia judicial iria atrasá-la ainda mais, trazendo prejuízos dificeis de contornar com tão pouco tempo no horário eleitoral gratuito. É uma pena, pois se trata de um líder político de expressão, comprometido com nosso programa e nossas metas de desenvolvimento e justiça social. O PPS entende que não deve lançar um novo nome. Ficaremos apenas com a candidatura de Affonso Antoniuk ao Senado”, adiantou.
Um pouco magoado com o que chamou de “revanchismo de certas pessoas”, Pedro Muffato viajou ontem mesmo para refletir sobre este momento difícil em sua vida. “Resisti quanto podia, mas o pedido de Ciro Gomes e suas propostas me levaram a aceitar o convite porque tínhamos uma proposta séria”, observou o empresário, ressaltando que “as propostas foram bem aceitas pela população, prova disso é que por onde passamos, nesses poucos dias, recebemos apoio de setores importantes”.
Ele enviou uma nota de esclarecimento explicando os motivos que o forçaram a desistir e preferiu evitar falar com a imprensa, pelo menos por enquanto. “Não quero acusar ninguém injustamente e falar algo neste momento seria prejudicial a todos”, resumiu o empresário, que irá se dedicar aos negócios pessoais e também em “continuar fazendo o possível para eleger Ciro Gomes presidente do Brasil”, finalizou.