Sucessão

Pedras no caminho de Orlando Pessuti para 2010

A caminhada do vice-governador Orlando Pessuti para ser o candidato do PMDB ao governo em 2010 não será das mais tranqüilas. Bastou o vice-governador anunciar que está à disposição do partido para que as dificuldades começassem a aparecer.

A maioria da bancada estadual acha que Pessuti é a primeira alternativa para concorrer ao governo, mas nem todos estão dispostos a avalizar seu nome de antemão. Há também quem defenda que, sozinho, Pessuti não irá longe e que terá de costurar alianças.

O deputado estadual Mauro Moraes (PMDB) foi o primeiro a expressar publicamente o que outros peemedebistas já conversam nos bastidores. “Não adianta ser o mais bacana, o mais simpático. Tem que ter aliança. Tem que ter apoio”, disse Moraes.

Ciciro Back
Moraes: uma proposta diferente.

O PMDB não pode correr o risco de repetir o desempenho que teve nas eleições em Curitiba, onde o professor Carlos Augusto Moreira Junior obteve 1,9 % dos votos, disse o deputado.

Ele, que apoiou o prefeito reeleito Beto Richa (PSDB), acha que Pessuti tem que construir uma candidatura que tenha potencial de vitória. E que não pode ser imposta. “Se houver imposição, será um fiasco”, disse Moraes, que acusa Requião de ter desprezado a opinião do partido para garantir a indicação de Moreira.

Aproximação

Ainda que timidamente, há no PMDB uma corrente que defende até mesmo uma aproximação do partido com o prefeito reeleito de Curitiba, Beto Richa (PSDB). Moraes manifesta essa posição.

“O diálogo está aberto entre o prefeito e o governador. O prefeito já disse isso e deixou claro que não fechou as portas para uma composição”, afirmou Moraes. Ele citou ainda que, se à primeira vista, o entendimento parece impossível, é bom não esquecer que Beto não criticou Requião durante a campanha eleitoral. E vice-versa.

Anderson Tozato
Richa: parte do PMDB cogita aliança.

Para os que vislumbram possibilidades de um acordo com os tucanos, a sucessão não passaria por Pessuti. O nome a ser trabalhado para uma composição com Beto seria o do deputado estadual Alexandre Curi. Por sua vez, Alexandre desconversa. “A eleição será somente daqui a dois anos”, disse. Entretanto, acrescenta: “Como dizia o Aníbal Curi (avô do deputado), em política tudo é possível que aconteça”.

Sobre Pessuti, Alexandre concorda com a avaliação de Moraes. “Se o Pessuti tiver condições de ser o candidato, ele será. O Pessuti é um homem inteligente e nem ele aceitaria ser candidato se não houver as condições de disputa”, ponderou Alexandre.

O mesmo grupo que admite a possibilidade de um acordo entre o PMDB e o PSDB não vê novidade na proposta. A justificativa é que, em 2006, o então deputado tucano Hermas Brandão somente não disputou a eleição como candidato a vice-governador na chapa de Requião porque o diretório nacional vetou.

Uma sugestão que enfurece Nereu Moura

À simples menção de que o PMDB poderia abrir mão de um candidato próprio ao governo para favorecer uma aliança com outro partido, seja qual for, é suficiente para enfurecer o deputado estadual Nereu Moura.

“Um partido como o nosso, com a nossa estrutura, a nossa militância e o número de prefeitos que temos, tem que ter candidato ao governo. Ir a reboque jamais. Partido que não disputa, acaba”, disse.

Para Moura, o fato de o governador Roberto Requião não ser ,o candidato ao governo em 2010 não pode levar o partido a achar que precisa se escorar em outra sigla.

“Quando o Richa saiu do PMDB, disseram que o partido ia acabar. Assim também foi quando o Alvaro saiu. Pois o PMDB não acabou. E o Pessuti é a maior liderança que temos. Não tem espaço para o PMDB na base do Beto Richa”, disse Moura, sobre a tese de alguns deputados de buscar uma composição com o PSDB.

A candidatura de Pessuti ao governo não pode estar atrelada ao projeto eleitoral de Requião, disse. “Não podemos traçar nosso projeto política em cima de uma pessoa. Se o Requião vai ser candidato ao Senado ou não, é outra história”, afirmou.

Para Moura, uma das duas vagas ao Senado em 2010 será do governador se ele quiser. “A vaga é do Requião. Basta ele querer”, comentou o deputado peemedebista, contrapondo-se à tese de que, para Requião, seria melhor fazer uma boa aliança e garantir sua eleição ao Senado do que trabalhar por uma candidatura própria do PMDB ao governo.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna