Filiado ao PMDB de Curitiba, o secretário estadual da Educação, Maurício Requião, pediu ontem formalmente à direção do partido a expulsão do deputado estadual Reinhold Stephanes Júnior.
No pedido, protocolado no diretório municipal do PMDB, Maurício justificou que Stephanes Júnior tem desrespeitado e constrangido sistematicamente o partido e a bancada na Assembléia Legislativa ao se aliar ao bloco de oposição em algumas votações. Na quarta-feira, dia 30, Stephanes deu o voto decisivo para ajudar a bancada de oposição a aprovar a criação de uma comissão especial para apurar os gastos do governo do Estado com publicidade, em 2005 e 2006.
Maurício disse que, politicamente, Stephanes Júnior está ao lado dos adversários do PMDB. ?Somos, Stephanes Júnior e o PMDB do Paraná, feitos de matérias primas diferentes, visões diferentes, compromissos diferentes?, comparou Maurício. No pedido enviado ao diretório, Maurício listou outras posições de Stephanes Júnior que afrontaram o partido. Entre elas, seu voto a favor à declaração do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, persona non grata no Paraná, proposta pelo deputado Ney Leprevost (PP), e sua moção de apoio ao vereador Paulo Salamuni (PV), um dos adversários do PMDB. Maurício também mencionou as declarações de Stephanes Júnior sobre o PT, partido que classificou como o mais corrupto da história brasileira, afirmando que o deputado constrangeu o governo e um aliado.
Maurício argumentou ainda que Stephanes teve a ajuda do partido para se eleger. ?Ele teve sua vaga assegurada pelos 100.783 votos de legenda e por 1.464.314 votos que os outros 47 candidatos do PMDB receberam na última eleição?, escreveu o secretário da Educação, citando que os 37.955 votos de Stephanes Júnior não seriam suficientes para garantir a vaga de deputado.
Liberdade
O deputado disse que o pedido de expulsão não o surpreendeu e que terá a oportunidade de se defender das críticas. Stephanes Júnior disse que não se arrepende das posições adotadas e que não há respaldo legal para seu desligamento do partido. ?Eles vão ter que me engolir porque fiz o que considerava correto?, disse o deputado, que se considera vítima de cerceamento de opinião.
Sobre a acusação de que não tem afinidades com o ideário peemedebista, Stephanes comentou que a média do partido pensa como ele. ?Nós destoamos é de meia-dúzia de radicais, que infelizmente são os que mandam no PMDB?, afirmou. Stephanes Júnior citou que, assim como ele, vários dos atuais deputados peemedebistas têm origem no DEM (antigo PFL), como Cleiton Quielse, Teruo Kato e Alexandre Curi.