Não baixou nem acabou

Pedágio sobe 5% a partir de amanhã no Estado

Todas as concessionárias de pedágio que atuam no Paraná obtiveram ontem liminares na Justiça Federal garantindo o reajuste das tarifas de pedágio, que passam a vigorar a partir de amanhã.

O aumento da tarifa foi autorizado para as seis concessionárias: Caminhos do Paraná, Ecocataratas, Econorte, Ecovia, Rodonorte e Viapar. Em média, o aumento foi de 5%.

O maior valor é no trecho que liga Curitiba às praias do Paraná, pela BR-277, no trecho administrado pela concessionária Ecovia. Um carro de passeio passará a pagar R$ 13,30. A tarifa atual é de R$ 12,70.

Em seguida aparecem trechos da BR-369, da concessionária Econorte, com valores de R$ 12,30 e R$ 11,30. Também administrado pela Econorte, trecho da BR-323 passa a ter tarifa de R$ 10,50 para carros de passeio (ver todos os valores no quadro).

Assim, um motorista que saia de Curitiba com destino a Foz do Iguaçu, na região oeste do Estado, gasta R$ 70,90 para percorrer uma distância aproximada de 640 quilômetros.

Já um caminhoneiro que saia do Mato Grosso do Sul, passando por Arapongas e Ortigueira, com destino ao Porto de Paranaguá, em um veículo com dois eixos, vai gastar R$ 107,00.

Em nota, a diretoria regional da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR) esclarece que o aumento anual do pedágio está previsto no Contrato de Concessões firmado entre as concessionárias e o governo do Estado, em 1998, e corresponde ao percentual da inflação do período aplicada a uma fórmula envolvendo diversos índices do setor.

De acordo com o contrato, caberia ao Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER-PR) verificar a aplicação dos índices na fórmula que determina o reajuste, que é calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Porém, como ocorreu durante os dois governos de Roberto Requião (PMDB), o DER-PR negou o aumento na semana passada e as concessionárias recorreram à Justiça para garantir a reposição inflacionária do período.

“O DER-PR tentou mais uma vez impedir o reajuste, utilizando argumentos que não têm cabimento pelo que determina o contrato de concessão”, afirmou o diretor da ABCR-PR/SC, João Chiminazzo Neto.

O pedido para que o aumento da tarifa não fosse autorizado partiu do próprio governador Orlando Pessuti (PMDB). Até o fechamento desta edição, o governo não tinha se pronunciado sobre as decisões judiciais obtidas pela ABCR.

No ano passado, o reajuste do pedágio foi de 1,5% e, em 2008, foi de 9,7%. A concessão das rodovias do Paraná ao chamado Anel de Integração, em contrato firmado com o então governador Jaime Lerner, vai até o ano de 2022.

O governo estadual queria que as pedageiras considerassem a redução da tarifa e antecipassem o cronograma de obras previstas para as rodovias, principalmente duplicações em trechos da BR-277 e BR-376.

As concessionárias, por sua vez, queriam que o governo retirasse da Justiça todas as ações que tramitam há anos contra as empresas de pedágio, solicitando inclusive a extinção das concessões.

Desde que Pessuti assumiu o governo, houve uma reunião, no início de agosto, para discutir a questão, na Secretaria de Estado dos Transportes, mas não houve acordo entre as partes.

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