O procurador-geral do Estado, Sérgio Botto de Lacerda, e o secretário dos Transportes, Waldyr Pugliesi, vão participar na próxima segunda-feira da reunião com a base aliada do governo, que vai decidir se vota agora ou deixa para o segundo semestre a autorização para o governo assumir a cobrança do pedágio no Estado. Os dois secretários foram convidados a se reunir com os deputados pelo líder do governo, Ângelo Vanhoni (PT).
Não há consenso entre a bancada de apoio ao Palácio Iguaçu sobre o melhor momento para votar a matéria em plenário. O bloco pretendia que o governador Roberto Requião (PMDB) deixasse explícita sua intenção – se quer a autorização já ou pode esperar – mas não obteve a resposta desejada. Requião devolveu para a base a decisão.
Há uma ala que defende a aplicação do regime de urgência na tramitação da matéria, para que antes do recesso, as seis mensagens sejam aprovadas e devolvidas ao governador. Mas a liderança do governo tem dado sinais de que acha melhor adiar a votação em plenário para agosto. O argumento é que, desta forma, o governo teria mais tempo para tentar um acordo com as concessionárias. A Casa Civil sustenta que está negociando uma redução das tarifas com três empresas e que as conversas estão avançando.
Mas nem todos os deputados estão dispostos a jogar no ritmo do governo. Na reunião do grupo, realizada na terça-feira, vários questionaram a estratégia. Acham que o governo precisar decidir se quer ou não a encampação e que é arriscado se valer da sua base como instrumento de pressão sobre as empresas.
A participação dos secretários na próxima reunião da bancada é para esclarecer sobre algumas dúvidas dos deputados quanto à proposta do governo. A resistência de alguns a aprovar as mensagens sem saber o custo do processo para o Estado, se houver a encampação, foi motivo de atrito com o líder, que decidiu chamar Pugliesi e Lacerda, para expor tecnicamente a situação.
Aval
Ainda na segunda-feira, os deputados vão analisar as seis mensagens na Comissão de Constituição e Justiça. Na reunião anterior da CCJ, os deputados Durval Amaral (PFL) e José Maria Ferreira (PMDB) pediram vistas à matéria e o parecer do relator, deputado Mário Bradock (PMDB), não foi votado.