O vice-presidente do PDT no Paraná, deputado Augustinho Zucchi, saiu em campo ontem para conter a onda de especulações a respeito da transferência do senador Osmar Dias, presidente estadual do partido, para o PSDB. Zucchi afirmou que Osmar vai concorrer ao governo pelo PDT, que o elegeu, e que as versões sobre sua filiação a outros partidos não passam de meras "especulações".

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As freqüentes declarações de tucanos incentivando a entrada de Osmar no partido  começam a causar desconforto entre os pedetistas e um temor de que comece um processo de esvaziamento da sigla. "O senador Osmar Dias é líder do PDT no Senado. E há uma determinação dele em permanecer no partido. Realmente, ele recebe muitos convites para mudar de partido. E isso é muito bom. Mas ele fica no PDT", disse o dirigente pedetista.

Zucchi disse que o partido até já formou um conselho de reestruturação que vai atuar em todo o estado fazendo contatos com lideranças que possam ingressar no PDT. "Tem muita gente querendo entrar no nosso partido. Nesse momento, estamos conversando com dois prefeitos", afirmou Zucchi.

Sem obstáculos

Mesmo a hipótese de manutenção da chamada verticalização das coligações – que obriga os partidos a reproduzirem nos estados as alianças nacionais – não será um obstáculo para Osmar ficar no PDT e levar adiante o projeto de disputar o governo, afirmou o deputado. "Trata-se de uma candidatura que tem muito potencial de apoios. Além disso, já tivemos no Paraná o caso de um palanque presidencial com dois candidatos ao governo", afirmou, em referência à eleição de 94, quando os ex-governadores Álvaro Dias e Jaime Lerner se revezaram no palanque do então candidato Fernando Henrique Cardoso.

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O tempo de propaganda no horário eleitoral gratuito também não se constituiu num problema para o PDT lançar um candidato ao governo, argumentou o vice-presidente do partido. "Uma boa proposta não precisa de muitos minutos na televisão. Além disso, o nosso candidato não é um estranho que precise se apresentar ao eleitor. Já foi duas vezes secretário da Agricultura e é senador", afirmou o deputado.

Na análise interna do PDT paranaense, O PDT dificilmente terá candidato a presidente da República em 2006. Os pedetistas locais acham que o partido não tem estruturas regionais que possam sustentar uma candidatura presidencial e isso vai contribuir para que o partido seja liberado para acordos locais. (Elizabete Castro)

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