Foto: Aliocha Maurício

Gleisi está conversando.

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A dupla condição de base de apoio do PT no governo federal e do PSDB na prefeitura de Curitiba está deixando os dirigentes do PDT, PP e PTB numa encruzilhada. Pressionados pelos dois lados, os três partidos adiam uma tomada de posição na eleição em Curitiba.

Alguns estão saindo pela tangente e ensaiando candidatura própria para não desagradar aos dois aliados, que estão buscando reforços aos palanques da candidatura à prefeitura de Gleisi Hoffmann e da reeleição do prefeito Beto Richa (PSDB).

O PDT vive o seu dilema. Enquanto o senador Osmar Dias, presidente estadual do partido, demonstra a disposição de permanecer coligado a Beto, a direção municipal do partido sinaliza para a candidatura do professor Wilson Picler. Eles contam com o estímulo da direção nacional do partido. O novo presidente nacional, Manoel Dias, já esteve reunido com o grupo em Curitiba há algumas semanas.

Foto: Arquivo

Beto Richa quer manter aliança.

O PP, sob o comando do deputado federal Ricardo Barros, prossegue com as conversas. Barros já esteve com a presidente estadual do PT e pré-candidata à prefeitura de Curitiba, Gleisi Hoffmann, e com o prefeito Beto Richa (PSDB). Participante das reuniões do conselho político do governo Lula, na condição de um dos vice-líderes do governo na Câmara, Barros disse que ouviu de Lula o apelo a que os partidos da base se aliem nas eleições deste ano. Na quarta-feira, 12, em nova reunião, Lula avisou que aonde tiver mais de um candidato da base, não colocará os pés.

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O pedido de Lula em favor das alianças locais, o PP vai atender em cerca de oitenta municípios do Estado, mas não em Curitiba, onde o partido é adversário dos petistas e ocupa vários cargos na equipe de Beto. Barros diz que a candidatura própria seria um caminho para o PP na capital. Mas a opção do partido, o deputado estadual Ney Leprevost, é um defensor entusiasmado do apoio à reeleição do prefeito tucano. Leprevost disse que a decisão é do partido, mas que sua posição é favorável à continuação da aliança com o prefeito. Barros evita se posicionar. ?Eu, na condição de presidente do partido, acho que deveríamos ter candidatos em 399 municípios. Isso valoriza o partido e é a melhor saída para o PP, não apenas em Curitiba. Mas ainda é muito cedo para ter uma posição?, disse.

Foto: Agência Câmara

Barros acha cedo para definir.

Mais tranqüila é a situação no PTB. O empenho do deputado Fábio Camargo em concorrer à prefeitura facilita as coisas para a direção do partido, que assim consegue escapar aos chamados do PT e do PSDB.

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?O Fábio está resolvido e isso também resolve tudo para nós?, disse o presidente estadual do PTB, Alex Canziani. Ele citou que, em 2004, o PTB elegeu 24 prefeitos. Este ano, a meta é fazer 50 prefeitos. ?Somos da base do prefeito. Somos da base do presidente. Mas já avisei ao prefeito, que conversaremos no segundo turno, se o Fábio não vencer no primeiro?, disse.

Para o PT, o lançamento de candidaturas próprias pelos aliados nacionais serve. O PT dispõe de um tempo razoável no horário eleitoral gratuito e ainda que não tenha apoio formal para engordar seu tempo de propaganda, já se dá por satisfeito se PTB, PP e PDT não reforçarem o palanque da reeleição de Beto.