O PDT perdeu a eleição para o PSDB na disputa ao governo do Estado, mas seus integrantes não consideram a oposição ao governador eleito Beto Richa como a posição natural do partido na Assembleia Legislativa, a partir do próximo ano. O presidente estadual do PDT, Augustinho Zucchi, afirmou que o assunto ainda não foi discutido internamente depois da eleição de Beto, no dia 3 de outubro, mas que, pessoalmente, não vê como “automático” o alinhamento da sigla ao bloco de oposição que deverá ser formado por PMDB e PT, os partidos que apoiaram a candidatura do senador Osmar Dias (PDT) ao governo do Estado.
Durante as negociações que precederam a definição das candidaturas ao governo, Zucchi chegou a ser cotado para ser o candidato a vice-governador na chapa de Beto Richa. Esse é um dos motivos que leva o presidente interino do partido a avaliar que, talvez, o lugar do PDT não seja a oposição. “Tenho gratidão pelo Beto por ter defendido publicamente meu nome para vice-governador. Não tenho razão para estar automaticamente na oposição. Se houver decisão do partido neste sentido vou analisar”, disse. Para Zucchi, os ataques feitos a Osmar pelos tucanos durante a campanha eleitoral não impedem uma composição futura. “Uma campanha eleitoral sempre leva à exasperação dos ânimos. Isso também houve na campanha do Requião e, depois, não houve mais”, ironizou. Imposição
O líder da bancada do PDT na Assembleia Legislativa, Fernando Scanavaca, afirmou que o PSDB e o PDT foram aliados até às vésperas das convenções, quando naufragaram as negociações para fechar uma aliança entre as duas siglas. “Pessoalmente, não vejo por que fazer oposição sistemática. Estávamos conversando com eles até poucos antes dias antes do início da campanha eleitoral. Como é que vamos fazer oposição”, alegou Scanavaca.
A aliança com o PT e o PMDB foi mais uma imposição da direção nacional do PDT do que uma decisão local, afirmou Scanavaca. “Não foi uma decisão do Paraná. Foi uma pressão nacional”, comentou. Os novos deputados do PT já estão alinhados a essa posição também. Ex-prefeito de Planalto, o deputado eleito Nelson Luersen disse que divergências de campanha não podem atrapalhar a atuação dos pedetistas em favor do Paraná. “O trabalho pelo povo faz esquecer qualquer paixão momentânea de campanha eleitoral. Não tem vencedor nem vencido neste processo”, disse.