Foto: João de Noronha/O Estado

Zucchi: "Esse é um documento emblemático".

continua após a publicidade

Ainda em repouso por ordens médicas, o senador Osmar Dias não participará da convenção nacional do PDT marcada para a próxima segunda-feira, no Rio de Janeiro, mas é um dos signatários do manifesto contra o lançamento da candidatura do senador Cristóvam Buarque à presidência da República, que será apresentado no encontro do partido. A expectativa da direção estadual do PDT é que o documento induza a direção nacional a recuar da decisão de lançar candidato próprio, salvando a candidatura de Osmar ao governo, que precisa de uma aliança com o PSDB para montar o seu palanque no estado.

Se Cristóvam sair candidato, a regra da verticalização das coligações impede que o PDT estadual se alie ao PSDB, que já tem um candidato a presidente. A posição do PDT do Paraná já foi comunicada diretamente por Osmar a Cristóvam, durante a passagem do pré-candidato por Curitiba, no sábado passado.

O presidente em exercício do PDT estadual, Augustinho Zucchi, que representará Osmar na convenção, junto com outros dez delegados, disse que não se trata apenas de mais um manifesto. "Esse é um documento emblemático. Ele é assinado pelas lideranças políticas que têm inserção eleitoral e expressa a visão desse segmento do partido sobre o significado da candidatura a presidente", afirmou.

Zucchi comentou que o manifesto, no mínimo, vai provocar uma reflexão da maioria da direção partidária sobre a decisão da próxima segunda-feira. Para o presidente estadual do partido, há um entendimento partidário em vários estados sobre o desastre eleitoral que será para o PDT restringir as alianças nos estados.

continua após a publicidade

O presidente em exercício observou que o Paraná ainda tem uma situação mais confortável em comparação com outros estados, devido ao fato de ter um nome considerado forte do ponto de vista eleitoral para concorrer ao governo. Com um palanque majoritário, o partido tem sustentação para lançar sua chapa proporcional. Há estados, segundo Zucchi, onde a situação é mais grave, já que a eleição das bancadas estadual e federal está diretamente relacionada à possibilidade de fazer coligações. "Há estados onde o partido não tem candidato ao governo, ao Senado que dêem sustentação aos candidatos a deputado. E sem a eleição de deputado federal, o partido não passa a cláusula de barreira. É a sobrevivência do PDT que está em jogo", afirmou o dirigente pedetista.

Para Zucchi, nas eleições anteriores, o PDT já fez uma opção pela eleição dos seus representantes proporcionais. "O Brizola (Leonel) só concorreu uma vez. Na outra, apoiou o Lula e na outra o Ciro Gomes", afirmou o pedetista paranaense. Para Zucchi, seja qual for o resultado da convenção do dia 19, a posição que sair vencedora não será unânime. "Principalmente se a decisão for pela candidatura própria", disse.

continua após a publicidade