O presidente estadual do PDT, deputado Augustinho Zucchi, disse ontem que “nada muda, nem a agenda” na campanha do senador Osmar Dias (PDT) ao governo do Estado depois da divulgação da pesquisa Ibope que mostrou o adversário Beto Richa (PSDB) com treze pontos de vantagem sobre o pedetista.

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“Isso não interfere em nada. Ninguém está preocupado com isso”, afirmou o dirigente pedetista. Internamente, os estrategistas da campanha de Osmar não veem explicações para a queda dos índices de intenções de votos no candidato, que aparece com 33% das intenções de votos.

Beto Richa alcança 46%. Antes de confirmar a candidatura ao governo, as pesquisas internas mostravam que Osmar detinha 38% das intenções de votos e, após a campanha eleitoral, não teria havido nenhum fato novo capaz de derrubar sua popularidade, avaliam.

Ao contrário, o senador ganhou o apoio do presidente Lula que tem aprovação de 78% no Paraná e sua campanha teve o reforço de lideranças do PMDB e PT à sua campanha, analisam os aliados do pedetista.

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Surpresa

Da mesma forma que Zucchi, os integrantes do núcleo mais próximo a Osmar evitaram criticar a pesquisa, mas no site do candidato foi divulgado um texto afirmando que o “Ibope tem um histórico de pesquisas questionáveis em eleições passadas”.

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O mesmo texto lembrou que, em 2006, o instituto afirmou que não haveria segundo turno no Paraná. Os presidentes dos partidos aliados, o PMDB e o PT, contestaram os resultados do Ibope. Para o presidente do PMDB, deputado Waldyr Pugliesi, os números causaram surpresas.

“Fiquei surpreendido com esse resultado. Tem um monte de pesquisas mostrando uma realidade diferente. Daqui para frente vamos ver o que as outras pesquisas que vão mostrar. Não quero botar suspeita, mas sou obrigado a pensar diferente”, afirmou o dirigente peemedebista.

Pugliesi cogitou até mesmo que os números sejam direcionados a atingir o presidente Lula. “Será que não é uma tentativa de desqualificar o Lula? Ele que tem 80% de aprovação no Paraná vem fazer um comício e depois a situação piora? Em política, a gente só não vê cavalo voar, mas agora já começo a ver “cavalinhos ibopeanos’ voando” ironizou.

O presidente estadual do PT e candidato a deputado estadual, Ênio Verri, acha que há um problema de metodologia com as pesquisas do Ibope. Lembrou que pesquisa do Ibope não captou o efeito do comício feito em Curitiba com o presidente Lula porque sua metodologia demora para captar o andamento da eleição.

Segundo ele, a pesquisa nacional do Ibope mostra empate técnico entre Dilma (PT) e Serra (PSDB), na disputa para a presidência, mas Dilma está à frente em todas as outras pesquisas.

“A metodologia do Ibope é ultrapassada. Eles entram em contato com as pessoas apenas por telefone fixo, quando a maioria das pessoas tem apenas celular”, observou Verri.