O PDT deve confirmar neste domingo, 05, o nome do ex-deputado federal e ex-diretor da Itaipu Binacional, Nelton Friedrich, ao governo do Paraná. Ele deve assumir a vaga no lugar de Osmar Dias que alegou problemas familiares – o irmão Alvaro Dias sairá candidato à presidente pelo Podemos e ao fechar com o PSC negou o apoio a ele – e deixou a disputa na tarde de sexta-feira, 03.
Osmar estava bem cotado nas pesquisas – era o segundo colocado – mas com sua saída, o caminho ficou mais livre para a disputa de dois integrantes do governo Beto Richa, Ratinho Júnior (PSD), ex-secretário, e Cida Borghetti (PP), vice e atual governadora. O ex-prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet também foi citado, na convenção ocorrida na tarde de sábado, 04, em Curitiba, mas deve se manter candidato à Câmara Federal.
O presidente nacional do partido, Carlos Lupi, lamentou, mas acredita que o partido vai encontrar a melhor solução. Além disso, o partido quer dar mais espaço para o candidato a presidente Ciro Gomes. “Eu defendo a candidatura de Nelton Friedrich, mas vamos submeter à vontade da maioria, queremos abrir esse palanque para o Ciro Gomes, que tem o melhor projeto para o País”, disse.
“Houve uma situação de dificuldade com o irmão, ele se sentiu frustrado, em situação de isolamento e temos que respeitar as decisões individuais dele, havia problema familiar bem grave, então fica bem difícil opinar sobre a família dos outros, uma decisão unilateral, individual, temos que respeitar e olhar pra frente”, disse.
Para Lupi, o partido está preparado para uma candidatura própria, ainda que Osmar reunisse as melhores condições. “O projeto já está pronto, inclusive o Nelton trabalhou nele, mas claro, o Osmar era um nome forte, liderava as pesquisas, é mais difícil”.
Com relação à base partidária, pega de surpresa pelo anúncio, Lupi disse ter havido muita tristeza, pois era um projeto ao qual todos estavam animados. “Foi recebida com tristeza, surpresa, mas nada que o tempo não possa resolver”, comentou.
Na opinião de Nelton, o PDT tenta romper a atual situação do estado, em que os dois principais candidatos participaram do governo de Beto Richa, envolvido em escândalos de corrupção. “Eles são do mesmo ninho, como a gente vai ficar quieto, pois se são do mesmo ninho são co-responsáveis pelo que aconteceu por omissão ou por ação”, concluiu. O ex-prefeito Gustavo Fruet disse que o projeto nacional não deve ser colocado de lado e que as candidaturas devem fortalecer isso.
“Nessas 24 horas o diálogo está aberto com as lideranças dos principais partidos e agora com essa mudança, a saída de Osmar, a prioridade passará a ser a candidatura nacional e aliança local, tem como objetivo principalmente, defender o projeto nacional”, disse.
Osmar também deixou a direção estadual do partido e André Menegoto estará à frente da legenda. “Não há dissolução, o que há é que temporariamente ele (Osmar) se afasta e vai responder um novo presidente durante o processo eleitoral até o fim das eleições. Nós temos prazos e vamos reunir as forças políticas para decidir até amanhã”, disse.