Graves denúncias foram apresentadas ontem, na Comissão Parlamentar de Inquérito da Telefonia na Câmara de Curitiba. Um dos depoentes, o advogado do PDT, Valdir Stédile, contou que em 1994 o partido solicitou a instalação de um ramal telefônico à Brasil Telecom. A linha serviria para a comunicação interna do diretório. As contas foram pagas regularmente até que, no ano passado, descobriu-se que a operadora tinha instalado mais três ramais e a cobrança da fatura encaminhada ao PDT.
Após investigações feitas pelo próprio partido, descobriu-se que os endereços de instalação dos aparelhos eram fantasmas. Stédile diz que os locais eram uma árvore onde mora um casal de joão de barro, outro dentro do escritório da Brasil Telecom e o último, no muro de um cemitério. Em setembro, foi pedido o cancelamento das linhas. Após insistentes pedidos de explicações, a empresa admitiu não ter os contratos dos telefones. E, em maio deste ano, voltou a cobrar as faturas “atrasadas”.
Outro denunciante, empresário e consultor em hotelaria na Lapa, Márcio Anis Mattar Assad, disse que ficou sabendo da inclusão de seu nome no Serasa quando foi fazer o cartão de compra num grande supermercado, que só vende no atacado. Foi informado que a Brasil Telecom tinha incluído seu nome na lista negra do comércio. Mais tarde, descobriu que tem uma linha telefônica instalada em seu nome em Curitiba. A conta não foi paga e seu nome colocado no Serasa.
O diretor institucional da Brasil Telecom, Leôncio Vieira de Rezende Neto, também presente na reunião da CPI, prometeu analisar as denúncias e resolver os problemas.