O diretório nacional do PDT aprovou nesta sexta-feira, 15, posição de “independência” em votações do ajuste fiscal, mas adiou a decisão de eventualmente deixar a base de apoio ao governo Dilma Rousseff (PT).
Após a reunião, realizada no Rio, o presidente do partido, Carlos Lupi, afirmou que “a saída é bem provável, se o governo continuar nesse rumo”. Ele definiu o resultado como “desquite amigável”.
Na reunião, os 250 integrantes diretório delegaram para a executiva do partido, que reúne 40 pessoas, a decisão sobre continuar ou não no governo petista – o PDT ocupa o Ministério do Trabalho. A próxima reunião da executiva deverá ocorrer em um mês.
O senador Cristovam Buarque (PDT-DF), que defendeu a saída imediata, afirmou após a reunião que “não dá para ficar nesse governo”. “A tendência é sair, só estamos discutindo o momento.” Os senadores do PDT já haviam votado contra a proposta do governo Dilma de restringir o seguro desemprego e outros benefícios. A executiva do PDT deverá se reunir novamente daqui a um mês.
Apesar de Buarque ter afirmado que a decisão será tomada em um mês, Lupi disse que não há prazo definido. “O que está claro é que não vamos seguir o governo em votações nas questões que firam os nossos princípios. O governo tem que dizer qual é o campo que ele quer. Se vai continuar arrochando salários e diminuindo direitos do trabalhador ou se vai querer ir em cima dos bancos, que têm lucros exacerbados”, disse o presidente do PDT.
Segundo Lupi, criou-se um consenso no partido das dificuldades de continuar apoiando o governo se ele não rever suas posições. “Se o governo achar que a nossa companhia por causa dessas votações está incomodando, vamos seguir o nosso rumo.” Para Buarque, o PDT passou um recado claro de que não está com o governo Dilma. “Estamos perdendo o tempo de formular nossas propostas. Vamos nos reunir outra vez daqui a um mês. Se a decisão for tomada, vamos entregar os cargos.”