O PDT cobrou dos petistas a garantia de que todos os partidos da base aliada do governo Lula estarão juntos nas eleições do próximo ano, apoiando a candidatura ao governo do senador Osmar Dias (PDT) e da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, pré-candidata do PT à presidência da República.

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As direções executivas do PT e PDT se reuniram ontem, em Curitiba para tentar avançar nas negociações, mas a impressão de alguns dos participantes do encontro é que a conversa vai demorar mais do que o previsto e seu desfecho não será conhecido antes do próximo ano.

O encontro foi conduzido pelo presidente em exercício do PDT, deputado estadual Augustinho Zucchi, e pela vice-presidente estadual do PT, deputada estadual Luciana Rafagnin. O senador Osmar Dias preferiu não participar e a presidente estadual do PT, Gleisi Hoffmann, está numa viagem de dez dias à Índia.

Anderson Tozato
Martins: e a reconciliação?

O PT tem pressa em amarrar o acordo com o senador Osmar Dias, mas as negociações com os partidos da base não progrediram e as exigências do PDT não mudaram.

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Ao contrário, foram ampliadas. Além do PMDB, PTB e PP, o PDT propõe ao PT que abra espaço no acordo também para as forças fora desse espectro, como o DEM. O senador Osmar Dias não abre mão de ter também ao seu lado aqueles que já estiveram com ele em outras disputas e que continuam dispostos a apoiar seu projeto.

É o caso do presidente estadual do DEM, Abelardo Lupion. No DEM, há uma corrente significativa que defende a candidatura do prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), ao governo. Mas Lupion advoga o apoio a Osmar Dias, ainda que este faça coligação com o PT.

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Lupion é candidato ao Senado e, no final de semana, recebeu de Osmar declaração expressa de apoio. Na coligação da base de Lula, além de Gleisi, também pretende concorrer ao Senado o presidente estadual do PP, deputado federal Ricardo Barros. No PMDB, o nome é o do governador Roberto Requião.

Arquivo
Péricles: acordo está difícil.

O líder da bancada do PT na Assembleia Legislativa, deputado Péricles Mello, que participou da reunião das executivas estaduais, reconhece que está difícil consolidar esse acordo logo, como defendem algumas lideranças do seu partido.

“Para o tempo da política, ainda é cedo. Não dá para consolidar neste momento. Vamos continuar conversando”, afirmou. Mello lembrou que a conversa com o PMDB é delicada, já que o partido é aliado do PT, que faz parte do governo Requião, e que também tem já um candidato ao governo, o vice-governador Orlando Pessuti.

Para o líder da bancada do PT, as conversas prosseguem, mas por via das dúvidas, vieram em bom momento as pré-candidaturas do ex-prefeito de Londrina Nedson Micheleti e da secretária de Ensino Superior, Lygia Pupatto. “Nós não vamos ficar órfãos nesse processo”, disse Péricles.

No PDT, as divisões são explícitas. O deputado Luiz Carlos Martins não foi à reunião, mas expôs suas dúvidas sobre as chances de um acordo. “O PT tem uma prioridade no Paraná. E é a aliança com o Requião”, disse Martins, que ainda acredita numa reconciliação do senador Osmar Dias com o PSDB, apesar das duas pré-candidaturas tucanas ao governo, a do senador Alvaro Dias e do prefeito de Curitiba, Beto Richa.