Foto: Arquivo/O Estado

 Lupi havia dito que partido não lançaria candidato à presidência.

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Atento aos deslocamentos de posições no PSDB e PFL, que passaram a admitir a possibilidade de lançar candidato próprio ao governo em 2006, o senador Osmar Dias também prepara o PDT para outras possibilidades eleitorais na disputa do próximo ano. Osmar afirmou que o projeto de disputar o governo não mudou, mas admite que o cenário se alterou e leva o PDT a conversar com outras forças políticas para 2006, entre elas, o PMDB e o PT.

O convite para conversar com o PT no Paraná foi feito há algumas semanas pelo próprio presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, com quem o senador se reuniu em Brasília. "O presidente está bastante preocupado em recuperar o conceito que o PT tinha antes da crise. Ele procura aliados com o mesmo perfil do PT e quer, com eles, ajudar a reconstruir o partido nos estados. O PDT não tem a mesma origem do PT, mas pode ser um desses aliados", afirmou.

Para o senador, as combinações eleitorais estão variando no Estado não apenas em relação à sua candidatura, mas também na direção de outras forças políticas. "O cenário está mudando muito. Ninguém pode afirmar hoje que o PMDB vai apoiar o PT nacional. Quem é que poderia imaginar há três meses que o Requião iria admitir uma aliança com o PSDB no Paraná?", questionou o senador pedetista, recusando-se a ser rotulado como a "incógnita" do processo eleitoral local.

A verticalização das coligações partidárias e a orientação nacional do PDT de disputar a sucessão presidencial com candidato próprio são entraves que não podem ser desconsiderados nesta fase de articulação, mas os outros partidos também têm suas oscilações, comentou o senador. "Não sou eu a incógnita. É o cenário. Como se explicaria então que as mesmas pessoas que falam que vão me apoiar agora já possam falar em outro candidato? Se o PSDB quer me apoiar, então não estaria procurando alternativa dentro ou fora. E o PFL, que fez uma reunião, onde parte saiu falando em candidatura própria. Como é que eu posso ser afirmativo nesta situação?", perguntou o senador, referindo-se à uma reunião da executiva estadual do PFL, realizada há quinze dias, quando alguns integrantes relacionaram nomes de possíveis candidatos ao governo se o acordo com o PDT não desse certo.

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Ele admite que, em função das pendências nacionais, a avaliação do momento é que está mais difícil fechar o acordo com o PSDB, o PFL e o PSB. "Não posso sair por aí afirmando que as alianças vão existir porque poderia ser chamado de mentiroso. Neste momento, tenho é certeza do meu projeto de ser candidato e acredito que o PDT tem todas as condições para fazer a aliança. Mas não posso desconsiderar os entraves", disse o senador que, no início do ano, havia recebido a garantia do presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, de que a sigla não iria lançar candidato à sucessão presidencial. Mas esta disposição mudou e, apesar da pressão de outros candidatos aos governos estaduais do PDT para que o partido fique de fora da disputa presidencial, o impasse se mantém.

Sem pressa

Na cômoda situação de quem tem mandato garantido no Senado até 2010, o senador pedetista afirmou que tem todas as condições de alicerçar seu projeto antes de lançá-lo a público. "Não preciso correr para me lançar numa aventura. É o meu projeto político. E quero ter a certeza de que vou ganhar. Não preciso e nem uso uma eleição como trampolim para outra", comentou.

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