O PCdoB confirmou a decisão de entregar todos os cargos que tem no governo Requião. Em reunião do Secretariado Estadual, com a presença do secretário nacional de organização do partido, Walter Sorrentino, a legenda decidiu, em resposta à demissão de Ricardo Gomyde da presidência da Paraná Esporte, deixar o governo do Estado. A decisão foi oficializada na noite da última quarta-feira, e divulgada ontem em nota emitida aos filiados.
Na nota, o partido disse ter sido surpreendido pela exoneração de Gomyde. “A medida, intempestiva, sequer foi debatida com a direção do partido”, diz. O secretariado do PCdoB também destacou o trabalho feito à frente da Paraná Esporte, e disse respeitar as relações políticas com as forças aliadas.
“Por isso, (o partido) deplora o ocorrido, como fato e método, que não contribui para a necessária unidade de forças políticas avançadas. O Partido permanece unido. Diante dos fatos, decidiu entregar todos os cargos de confiança ocupados no governo”, diz a nota.
A nota, no entanto , não entra no mérito dos motivos que levaram o governador Roberto Requião (PMDB) a decidir pela saída de Gomyde. Segundo o próprio ex-presidente da Paraná Esporte, ele foi exonerado pela proximidade que tem com o prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), um dos principais adversários políticos do PMDB de Requião.
“Ele (Requião) mostrou fotos em que apareço ao lado do Beto e disse ao nosso presidente (Milton Alves) que se eu quisesse fazer política com o Beto Richa, que fizesse fora do governo”, explicou Gomyde, que confirmou ser amigo do prefeito da capital, mas disse estar em lado oposto ao tucano nos palanques políticos. “Somos amigos sim. Ele está em outro palanque, mas temos uma boa relação. Tanto no cenário nacional, quanto estadual, estamos em lados opostos, mas nos respeitamos, não preciso tratá-lo com xingamentos”, disse.
Dizendo considerar o episódio encerrado, o PCdoB garante que continuará a fazer parte do esforço político para “a luta por uma terceira vitória do povo nas eleições de 2010”, mantendo-se na corrente ao lado de PT e PMDB, se este continuar com o presidente Lula.