A direção nacional do PCdoB deve anunciar na sexta-feira, 8, o sindicalista Adílson Araújo, presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) como vice na chapa da deputada Manuela D’Ávila (PCdoB-RS) à Presidência. Segundo fontes do partido, o nome de Araújo ganhou força na última semana e deve ser apenas homologado oficialmente pelo partido.
A escolha do sindicalista acontece um dia depois de Manuela ter admitido a possibilidade de abrir mão da candidatura desde que PT, PDT e PSOL dessem sinais de que também poderiam flexibilizar suas posições em nome de uma chapa unitária de esquerda ainda no primeiro turno.
Segundo dirigentes do PCdoB, Manuela em momento algum desistiu da candidatura. O objetivo do movimento da deputada gaúcha ao admitir a possibilidade era provocar os demais partidos de esquerda, especialmente o PT, a se manifestarem em relação à possibilidade de uma aliança.
Como a estratégia não surtiu efeito, o PCdoB deve anunciar o vice para manter, ao menos até agosto, o nome de Manuela na disputa. O gesto da pré-candidata do PCdoB não comoveu a cúpula petista PT que, por enquanto, mantém a pré-candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso pela Lava Jato desde 7 de abril em Curitiba.
“É uma atitude generosa a da Manuela mas o nosso candidato lidera as pesquisas, portanto parece prematuro tirar o nome dele para apoiar outro que tem um quarto das intenções de voto”, disse o líder do PT na Câmara, Paulo Pimenta (PT-RS). “Isso não nos impede de dialogar, principalmente para o segundo turno ou para governar”, completou.
O PDT e o PSOL também não deram sinais de que pretendem desistir das candidaturas de Ciro Gomes e Guilherme Boulos, respectivamente.
“O Brasil vive uma crise sem precedentes em sua história recente e é positivo que diferentes partidos e candidaturas de esquerda dialoguem entre si para fazer frente aos ataques ao povo brasileiro. A proposta de candidatura única das esquerdas é cheia de boas intenções, mas ignora importantes divergências de projeto que existem entre nós. Por isso vamos com Guilherme Boulos até o final, confiantes de que ele pode encarnar o desejo de mudanças estruturais”, afirmou o presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros.