Governador em exercício do Distrito Federal, Paulo Octávio também está sob suspeita no caso do mensalão do DEM. Ele foi citado várias vezes como beneficiário do esquema, revelado pela Operação Caixa de Pandora da Polícia Federal.
Em relatório da PF, o ex-secretário de Relações Institucionais do governo do DF Durval Barbosa incluiu o nome de Paulo Octávio entre os favorecidos com recursos desviados pela organização supostamente chefiada pelo governador José Roberto Arruda (sem partido).
Paulo Octávio assumiu o governo ontem, após a prisão de Arruda. As principais acusações contra Paulo Octávio, empresário do ramo imobiliário da capital federal, foram feitas por Durval no dia 16 de outubro passado.
O ex-secretário disse à polícia que tinha R$ 178 mil, frutos de propina, guardados em seu gabinete. O valor, declarou, seria dividido por um grupo de pessoas apontadas por Arruda, sendo que 30% do montante seria repassado diretamente a Paulo Octávio.
Em depoimento, Durval também declarou ter entregue R$ 200 mil ao então vice-governador do DEM. Paulo Octávio nega as acusações. Fora as acusações relacionadas ao mensalão do DEM, o governador em exercício também tem outros problemas na Justiça.
O grupo empresarial de Paulo Octávio é acusado de provocar um rombo de R$ 27 milhões aos cofres da Caixa Econômica Federal (CEF). Em dezembro, o Ministério Público Federal entrou com cinco denúncias na Justiça Federal contra as construtoras do vice-governador.
O Ministério Público aponta uma série de irregularidades na construção do Brasília Shopping, um dos mais luxuosos da cidade, feita em parceira entre o grupo de Paulo Octávio e o Funcef, fundo de pensão dos funcionários da Caixa. A sociedade dura até hoje em relação à administração do shopping. O fundo tem 105 mil associados e um patrimônio de R$ 32 bilhões.