O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, sugeriu ontem um “cessar-fogo” ao governador Roberto Requião (PMDB), que vem lançando várias estocadas contra o petista no twitter.

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Principal operador da aliança entre o PT do Paraná e o senador Osmar Dias, pré-candidato do PDT ao governo em 2010, Bernardo virou alvo do governador, que condena a aproximação do PT com o seu adversário na campanha eleitoral de 2006.

 O “diálogo virtual” descambou no final da tarde quando o governador intimou o ministro a comparecer à escola de governo, que realiza semanalmente. “PB venha conversar comigo na escola de governo e deixe de pilantragem na Gazeta. Ou não encha mais o saco. Vai trabalhar. Faça algo pelo PR”, atacou Requião.

Foi uma resposta a uma mensagem de Bernardo, postada alguns minutos antes, em que pedia o fim das animosidades virtuais. “Caro Requião, sugiro suspender troca de gentilezas. Preciso saber como podemos ajudar no socorro às vítimas das chuvaradas no Paraná”, retrucou Bernardo. O começo do entrevero foi no início da tarde, quando Requião questionou as credenciais do ministro para participar das articulações sobre a sucessão estadual.

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“Como é que o ministro Paulo Bernardo quer dar palpite na sucessão do Paraná sem resolver o problema do Itaú? Haja paciência!!”, provocou o governador, que reclama sempre da falta de boa vontade do governo federal para anistiar a dívida deixada pela privatização do Banestado, durante o governo de Jaime Lerner, em 2000.

Daniel Caron
Requião: “Não encha mais o saco”.

Antes, Requião havia escrito: “gosto muito do Paulo Bernardo. Só não gosto do que ele faz e fala. Estou inclinado a discutir isto no twitter”, disparou o governador que, na semana passada, já havia mandado um recado ao ministro, ao comentar que “nada como um dia atrás do outro, Paulinho”, sobre a preferência de Bernardo pela aliança do PT com Osmar Dias.

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Veto

As desavenças entre o governador e o ministro são antigas. Requião é um crítico do modelo econômico do governo Lula. Bernardo é um defensor contumaz da política econômica.

Mas o caldo entornou entre os dois, desde que começaram as negociações entre PT e PDT para a eleição de 201O. Requião se recusa a compor um palanque com o senador Osmar Dias e advoga apoio do PT à pré-candidatura do vice-governador Orlando Pessuti (PMDB).

Ao mesmo tempo, opõe-se à aliança nacional entre o PMDB e o PT em torno da candidatura da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, à presidência da República. Requião é pré-candidato a presidente e mobiliza parcela do partido em todo o país.

No final de semana, Bernardo fez algumas declarações públicas ironizando a participação de Requião no processo, ao jurar que acredita na candidatura do paranaense à sucessão presidencial.