Depois de gerar polêmica ao defender uma aliança com o senador Osmar Dias (PDT), pré-candidato na sucessão estadual de 2010, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse que se o PT do Paraná quiser e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixar, irá concorrer ao governo do Paraná. Bernardo fez as declarações durante o evento “Café com o Mercado”, promovido pelo Jornal de Londrina anteontem, 21, em Londrina.
Bernardo disse que já pensava em disputar o governo em 2006, quando o PT lançou o senador Flávio Arns. Mas que não foi liberado pelo presidente da República para deixar o ministério. “Em 2006, eu talvez tenha cometido um erro de avaliação, porque me preparei para ser candidato e depois fui falar para o presidente, que respondeu de forma curta e grossa que não queria que eu saísse do ministério. Eu fiquei muito satisfeito com isso, me senti prestigiado. E agora em 2010 eu tenho que mostrar que aprendi a lição e vou primeiro conversar com o presidente”, afirmou.
Para o ministro, se confirmada a tendência do PT nacional de lançar uma candidatura própria do partido à Presidência da República, o PT estadual segue pelo mesmo caminho. No plano nacional, a possibilidade mais forte é o lançamento da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, destacou.
No Paraná, além dele mesmo, as opções de candidatos citadas por Bernardo foram o diretor geral da Usina de Itaipu, Jorge Samek, o prefeito de Londrina, Nedson Micheletti, e também a presidente estadual do PT, Gleisi Hoffmann, com quem é casado. “Eu estou disposto se for o desejo do partido. Como eu disse, vou consultar o presidente. Se ele me liberar, participo da eleição, se for o desejo do partido, posso ser candidato também. Nós temos outras possibilidades”, declarou ao jornal.
Aliança ampla
Sobre a relação do PT do Paraná com o PDT do senador Osmar Dias na disputa de 2010, o ministro afirmou que tudo depende da conjuntura nacional. “O PT é um partido nacional, teremos um projeto nacional, que é uma candidatura à Presidência. Nos estados, nós temos que estar abertos a discutir isso. A tendência do PT aqui no Paraná é ter candidato próprio, mas não podemos estar fechados à discussão com outros partidos. Já foi citado o PDT porque é um partido que nos apóia e tem um candidato. Não é uma coisa aleatória. Mas nós temos que conversar com o PMDB e com os partidos que nos apóiam lá em Brasília e ver a possibilidade de caminhar junto aqui também”, comentou.
Se não for candidato ao governo do Estado, o ministro afirmou que pretende concorrer a outro cargo nas eleições de 2010. “Eu, evidentemente, gostaria de participar da eleição, seja como candidato a governador, seja como candidato proporcional, mas eu vou conversar com ele (Lula) primeiro”, declarou.
A noiva charmosa
Brasília – Um grupo de senadores encabeçado por Demóstenes Torres (DEM-GO), Tasso Jereissati, (PSDB-CE), e Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) fechou questão em torno da candidatura de Tião Viana (PT-AC) à presidência do Senado, produzindo fenômeno raro na era Lula. Os senadores continuam na oposição, votam e discursam contra o governo Lula, mas consideram que a volta de Renan Calheiros (PMDB-AL) e sua tropa ao comando do Parlamento, como ele deseja, seria um retrocesso sob todos os aspectos, principalmente em relação à já tão desgastada imagem da casa.
A maior crítica que Renan faz a Viana é que ao assumir a presidência no ano passado, ele pediu transparência nos gastos dos parlamentares. Resume o senador Demóstenes Torres: “Tião Viana, nesse contexto, acaba sendo uma noiva charmosa. Ele é criticado por suas virtudes. Entre ele e esse pessoal do PMDB que todo mundo conhece, não há dúvida”.