O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, entrou hoje com ação cível contra o governador Roberto Requião (PMDB), por danos morais. Ele também pediu ao Ministério Público Federal (MPF) que apure denúncias feitas pelo governador de que o ministro teria proposto superfaturamento de uma obra, além de insinuar que Bernardo estaria envolvido na compra de uma rádio em Laranjeiras do Sul, no sul do Estado. O ministro adiantou que, tão logo Requião deixe o cargo para disputar uma cadeira no Senado, entrará com ação criminal.
As acusações sobre a proposta de superfaturamento em R$ 350 milhões de uma variante ferroviária entre Guarapuava e Ipiranga, que seria realizada em parceria com a iniciativa privada, foram feitas por Requião na Escola de Governo, reunião do secretariado transmitida pela Rádio e Televisão Educativa. As insinuações de que Bernardo teria comprado a emissora foram postadas na rede de microblog Twitter, do qual Requião tem se utilizado com frequência. O ministro negou as duas acusações. “O governador acha que tem irregularidade, ele devia ter tomado providência e acionado o Ministério Público. Como ele não fez, eu faço isso”, afirmou o ministro.
As acusações de Requião levaram ao rompimento da executiva estadual do PT com o governo do Estado e à determinação para que todos os filiados que têm cargos em comissão deixem-nos. Os secretários da Agricultura, Valter Bianchini, e a secretária da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Lygia Pupatto, comunicaram que deixarão os cargos, mas pediram um tempo para fazer a transição.
“O Paulo Bernardo não convenceu nem os petistas sérios. Ninguém deixou o governo”, comentou Requião pelo Twitter. “Na verdade, o Paulo Bernardo deveria aproveitar sua ida ao MP para explicar a estranha proposta de PPP (parceria público privada) que fez.”