Paulo Bernardo diz que não sabe de reforma no governo

O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse ontem em Curitiba que o possível afastamento do ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, é um problema exclusivo do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva: "Ouço mais essas informações na mídia do que no governo. Isso pode acontecer, mas ressalto que só ouço na mídia. A questão de mudança ministerial é exclusiva do presidente", afirmou.

As declarações foram feitas durante a homenagem que Bernardo recebeu do Curitiba Convention & Visitors Bureau por ter ajudado na indicação da cidade para sediar a 8.ª Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica e o 3.º Encontro das Partes da Convenção do Protocolo de Cartagena sobre Biossegurança, eventos promovidos pela Organização das Nações Unidas (ONU) no ano que vem.

Para Bernardo, as acusações feitas por Jefferson e o caso de corrupção nos Correios devem ser esclarecidos. Ponderou que o governo tomou as atitudes necessárias, como o afastamento de envolvidos, determinação de auditorias e de investigação pela Polícia Federal. "Ninguém é ingênuo de achar que a oposição quer somente esclarecer os fatos. Eles querem desgastar o governo, aumentar a crise e ter possibilidade eleitoral. Tudo absolutamente dentro do jogo democrático, mas o governo não pode assistir parado a oposição desfilar seu golpe para 2006 sem dar resposta", avaliou.

O ministro acredita que não vale a pena concentrar o esclarecimento dos fatos apenas na CPI. "Não podemos ficar apostando que a CPI, com todas as vaidades e disputas políticas envolvidas, vá resolver e esclarecer. Um exemplo disso é a CPI do Banestado, cujo relatório ninguém conseguiu ver. Isso não foi possível por causa do choque de vaidade dos parlamentares", declarou. Bernardo admitiu que gostava mais de uma CPI quando era oposição do que neste momento.

"Se não tiver provas ficará muito esquisito"

O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, reiterou que não há interesse do governo em jogar o assunto para baixo do tapete. Sobre o "mensalão", o ministro disse que aguarda o depoimento de Jefferson marcado para hoje: "Se ele não apresentar provas, vai ficar uma coisa esquisita. Jefferson foi acusado no episódio dos Correios em uma gravação e depois saiu disparando. O Brasil quer saber disso". Bernardo acredita que a crise política não vai prejudicar na campanha de reeleição do presidente Lula em 2006. "Para ter campanha, o presidente precisa ser candidato. A campanha só acontece no ano que vem. Por enquanto, vamos trabalhar para resolver os problemas do País."

O ministro enfatizou que a economia não será afetada pela crise política: "Não vejo nenhum motivo para uma crise política no Congresso Nacional chegar à economia. Os índices dos preços no atacado diminuíram e a inflação medida pelo IBGE também. Isso mostra que a política macroeconômica está sendo bem-sucedida. Ainda há a expectativa do Banco Central abaixar os juros. Todos os analistas apostam que vamos continuar crescendo. O segundo semestre vai ter resultados bem melhores", aposta.

Pinhão de Ouro

O prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), e outros políticos também receberam a honraria concedida ao ministro. Curitiba será transformada em território da ONU por 30 dias. (JC)

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