Em meio às pressões para que aceite ser vice em uma chapa encabeçada pelo senador Hélio Costa (PMDB) ao governo de Minas Gerais, o ex-ministro do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias (PT), afirmou ontem, por meio do Twitter, não ter intenção de disputar um cargo eletivo em 2010. “Minha primeira opção é não disputar nenhum mandato este ano. Pretendo continuar militando intensamente nas bases do PT e movimentos sociais”, escreveu o petista no fim da manhã.

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Considerado peça estratégica para que Costa consiga arregimentar a militância para sua futura campanha e evitar o “corpo mole” dos petistas, Patrus tem condicionado sua decisão à discussão do programa de governo do candidato peemedebista. Ciente disso, Costa também utilizou seu microblog para um aceno ao ex-ministro e ao diretório estadual do PT. “Nota 10 na Constituinte em defesa dos trabalhadores e das minorias. Tenho agora um compromisso com o projeto social de MG. O PT sabe disso.”

Patrus ressaltou na noite de ontem que não quer ser tratado como um “salvador da pátria”. Ele observou que sua decisão não está condicionada a um apelo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ou do vice José Alencar, mas ao conteúdo programático da aliança, sobretudo no campo social.

“Estou pronto para contribuir. Nós precisamos apresentar ao povo Minas um projeto de desenvolvimento integral e integrado para o Estado, mas sem nenhuma responsabilidade de ser o salvador da pátria. Porque eu não sou responsável por essa situação”, disse, referindo-se ao impasse entre petistas e peemedebistas na sucessão estadual, que levou à intervenção da direção nacional do PT em favor de Costa.

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O PMDB tenta atrair o ex-ministro para a chapa majoritária, integrando a militância petista à campanha. Parte do PT-MG resiste no apoio a Costa, que impôs seu nome na disputa com o ex-prefeito Fernando Pimentel (PT) – que deverá ser candidato ao Senado.

 

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“Temos um tempo ainda para resolver. Nós temos até o final do mês de junho. Nesse período eu estarei pensando, eu estarei refletindo e, é claro, estarei também atento aos sinais dos tempos, aos apelos que emergem da realidade”, afirmou Patrus, que participou de um seminário sobre reforma política, promovido pelo Centro Acadêmico de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais, em Belo Horizonte.

Segundo o ex-ministro, porém, não se trata apenas de um pedido do presidente Lula. “Trata-se de um projeto. Claro que é fundamental a participação do presidente Lula, como do vice-presidente José Alencar, para que nós possamos elaborar um projeto de governo e propostas. E é nesse processo, que se for bem conduzido, vamos avaliar se estaremos dando uma contribuição mais efetiva para o povo de Minas Gerais.”