O novo ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, prometeu hoje, durante sua posse, manter e ampliar o papel do Brasil no cenário internacional, além de aprofundar a colaboração com os países mais pobres, marca do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

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Seguindo a linha de seu antecessor, Celso Amorim – que, no discurso de despedida, vangloriou-se de ter ido “mais vezes a Porto Príncipe (Haiti) que a Londres, tantas vezes a São Tomé e Príncipe quanto a Washington” -, Patriota afirmou que o Brasil vai manter presença em todos os debates internacionais importantes.

“Deixamos para trás o tempo em que um acúmulo de vulnerabilidades nos limitava o escopo de ação internacional”, afirmou Patriota. “Adquirimos uma autoridade natural para nos engajarmos em todos os grandes debates e processos decisórios da agenda internacional. Permaneceremos atentos para evitar que os círculos decisórios que se formam em torno das principais questões contemporâneos reproduzam as assimetrias do passado, ignorando as aspirações legítimas dos que não os integram”.

Patriota deixou claro, no entanto, que o ritmo de expansão das embaixadas e representações diplomáticas brasileiras vai diminuir, apesar de reconhecer que vai haver “demanda por mais Brasil em todos os temas da frente externa”. De fato, este ano o número de novos postos no concurso de diplomatas caiu para 26, ante 100 nos últimos quatro anos.

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Já Amorim, que chegou a se emocionar durante o discurso de despedida, fez uma última defesa da sua gestão. “Talvez o mais importante de tudo é que praticamos uma política externa altiva e ativa, na qual o povo brasileiro se reconhece”, disse, citando ainda uma definição dada por Chico Buarque, de que nas relações internacionais o Brasil “não fala fino com os poderosos e não fala grosso com os fracos”.